Chegou a hora de ter um carro elétrico? BYD Dolphin mostra que sim


RESUMO DA NOTÍCIA

Carros elétricos nunca custaram tão pouco no Brasil. Partindo de R$ 139.900 estão longe de serem baratos, mas o aumento nos preços dos modelos a combustão e a chegada de novos competidores fizeram com que as contas começassem a ficar mais favoráveis para os modelos a bateria.

É o que mostra o mais recente levantamento da Autoesporte, comparando o recém-chegado BYD Dolphin com Honda City e Jeep Renegade — um hatch compacto de porte semelhante e um dos SUVs mais vendidos do Brasil.

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Considerando preço de compra e custos com manutenções, combustível e IPVA, recuperar o dinheiro extra investido na compra de um Dolphin pode levar dois anos. Após esse período, o comprador passa a economizar dinheiro.

Em março de 2022, Autoesporte fez o mesmo levantamento e comparou modelos elétricos e a combustão de diferentes categorias. Na ocasião, o melhor cenário mostrou que em seis anos o motorista recuperaria do dinheiro investido na compra de um elétrico.

Antes de apresentarmos as contas, uma explicação para custos de propriedade e manutenção bem mais baixos em modelos elétricos. Não há óleo para ser trocado ou velas, bobinas, bicos injetores e centenas de outras peças móveis que se desgastam e quebram com o tempo. Com isso, revisões tendem a ser mais baratas.

Na hora de abastecer, ter um carro elétrico pode ser ainda mais vantajoso se o dono souber aproveitar a estrutura (ainda escassa, mas gratuita) dos pontos de recarga no Brasil. Considerando uma metrópole como São Paulo, é possível usar as estações instaladas em supermercados, concessionárias e postos de combustível sem gastar um centavo.

Nesse estudo, trouxemos o BYD Dolphin, lançado há poucas semanas e um sucesso imediato. Em sete dias, a fabricante chinesa vendeu 1.200 unidades, recorde entre os carros elétricos. Entre as razões, o competitivo preço de R$ 149.800. Os rivais serão Honda City Touring, de R$ 133.600 e Jeep Renegade Sport, de R$ 136.990.

Exatos R$ 16.200 separam os dois hatches. Mas ao contrário da comparação de 2022 entre Jac E-JS1 e Chevrolet Onix, Dolphin e City pertencem ao mesmo segmento, ainda que o Honda tenha uma carroceria 22 cm mais comprida: 4,34 metros contra 4,12 m.

Na comparação com o Renegade, a diferença de preços é menor — R$ 12.810. Porém, o Jeep é um SUV, que passa uma maior sensação de valor para parte do público. Nas medidas, o Renegade é 15 cm mais comprido, com 4,27 m.

Mas o BYD tem melhor aproveitamento de espaço na comparação com os dois rivais. A sensação ainda reforçada pelo assoalho plano. São 2,70 m de entre-eixos, o mesmo que o de um Toyota Corolla. O City fica atrás, com entre-eixos de 2,60 m, mas está longe de ser acanhado. O Renegade perde para os dois, com 2,57 m.

De forma surpreendente, o elétrico chinês ainda supera os adversários no quesito porta-malas. São 345 litros contra 320 l do Renegade e apenas 268 l no City, diferenças de 25 l e 77 l, respectivamente.

Se perdem no espaço, City e Renegade compensam nos equipamentos.

A dupla traz de série frenagem automática de emergência e alerta de saída de faixa com correção no volante. O City tem ainda controlador de velocidade adaptativo. Todos os itens citados não estão disponíveis no Dolphin.

O pacote do BYD é mais discreto. Os destaques são as câmeras panorâmicas e as telas — o quadro de instrumentos é digital e a grande central multimídia de 12,8 polegadas é rotativa. Em comum, o trio tem faróis de LED com acendimento automático, ar-condicionado digital e seis airbags. Acesso por chave presencial, partida por botão e bancos de couro estão no City e no Dolphin.

Na hora dos custos, grande vantagem para o BYD. Começando pelo consumo. Segundo o Inmetro, a autonomia das baterias de 44,9 kWh é de 291 km. Na vida real, é fácil ultrapassar os 350 km com uma carga. Porém, vamos utilizar todos os números oficiais.

Estamos considerando rodagem média de 15 mil km por ano, sendo 10.500 km na cidade e os 4.500 km restantes na estrada. No caso de City e Renegade, o consumo foi calculado usando gasolina. E o custo total foi de R$ 6.025 para o Honda e R$ 7.196 para o Jeep.

Para o Dolphin, estabelecemos dois cenários extremos, com todas as recargas pagas e a situação oposta, com os carregamentos gratuitos. Assim, os custos podem variar obviamente de zero até R$ 1.514, caso o proprietário resolva carregar o carro em casa usando o wallbox incluso no preço do veículo.

Pensando no pior cenário, a diferença de custos é de R$ 4.511 por ano em relação ao City e R$ 5.682 para o Renegade. Sem considerar outros critérios, em menos de quatro anos o Dolphin passaria a valer a pena do ponto de vista financeiro.

Porém, veículos híbridos e elétricos desfrutam de vantagens no IPVA em algumas localidades. Considerando a cidade de São Paulo, onde há 50% de desconto no imposto, o Dolphin pagaria R$ 2.996 por ano. O tributo para o City é de quase R$ 4.800 por ano e para o Renegade, R$ 6.193

As primeiras revisões dos hatches são praticamente equivalentes: R$ 400 na BYD e R$ 402 na Honda. Aqui o Renegade começa a destoar, com serviço tabelado em R$ 758, quase o dobro.

Todas estabelecem 12 meses como intervalo por tempo, mas a periodicidade dos serviços por quilometragem é diferente: a cada 20 mil km na BYD, 10 mil km na Honda e 12 mil km na Jeep. Desse modo, um motorista que roda 15 mil km por ano terá que fazer mais revisões a longo prazo no City do que no Renegade ou no Dolphin.

Levando em conta os três fatores acima, após um ano, o dono de um Dolphin gastaria de R$ 3.396 a R$ 4.910 para manter seu veículo. Bem menos que os R$ 11.224 do City e os R$ 14.149 do Renegade.

Levando a mesma lógica para os anos seguintes, descobrimos que, em dois anos, o Dolphin passa a ser mais vantajoso que o Renegade. Para o Honda, o tempo é de três anos, novamente levando em consideração apenas o aspecto financeiro. Confira nas tabelas abaixo:

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Fonte: direitonews

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