No último dia 18 de maio, o brasileiro e ex-CEO da Nissan, Carlos Ghosn, 69, entrou com um processo contra marca japonesa junto ao Ministério Público do Líbano. Ghosn pede mais de US$ 1 bilhão de indenização e acusa a Nissan, duas outras fabricantes (Renault e Mitsubishi) e mais 12 pessoas de difamação, calúnia e fabricação de provas, de acordo com informações do Automotive News.
Ghosn foi preso pela última vez em abril de 2019 no Japão sob acusações de ter desviado fundos da empresa, mentido sobre seu patrimônio e também por quebra de confiança. Depois de pagar uma fiança milionária, passou para a prisão domiciliar com o intuito de aguardar o julgamento previsto para o ano seguinte.
O ex-executivo, no entanto, fugiu do Japão em dezembro de 2019, alegando que a redução do desempenho da montadora, no início de 2017, causou uma perseguição e que os japoneses da Nissan conspiraram contra ele porque desejavam mais autonomia em relação à Renault.
Ghosn, que também tem cidadania libanesa, se refugiou em Beirute depois de uma fuga cinematográfica de Tóquio. O magnata se escondeu dentro de uma caixa de instrumento musical e voou em um avião particular até a Turquia. De lá partiu para a capital do Líbano. Japão e Líbano não tem acordo de extradição.
“As acusações graves e delicadas contra mim permanecerão na mente das pessoas por anos”, afirma Ghosn no processo, dizendo ainda que “sofrerá com elas pelo resto de sua vida, pois têm impactos persistentes e duradouros, mesmo que baseados por mera suspeita”. Ghosn também já processou a Renault em 2020 e pediu mais de US$ 1 milhão.
O processo requer US$ 588 milhões em compensações e custos, bem como adicionais US$ 500 milhões em medidas punitivas. Os acionistas da Nissan (Ghosn era um deles) também sofreram perdas financeiras depois dos escândalos da empresa. Ghosn ainda enfrenta acusações criminais no Japão, mas afirmou mais de uma vez que é inocente.
Brasileiro, natural de Porto Velho (RO), Ghosn foi presidente da fabricante japonesa entre 2001 e 2017. Ele deixou o cargo para cuidar das parcerias com Renault e Mitsubishi, marca que foi adquirida após passar por escândalos de fraude e na qual ele era membro do conselho. Apesar disso permaneceu como presidente do conselho na Nissan.
Carlos Ghosn foi preso no Japão pela primeira vez no dia 19 de novembro de 2018 e, desde então, deixou a presidência do conselho das três montadoras que comandava. Ele responde a quatro acusações de crimes financeiros.
Em março de 2019, após mais de 100 dias detido, foi solto, mas acabou preso novamente em abril após novas acusações das autoridades. No mesmo mês, foi solto depois de pagar fiança de US$ 4,5 milhões, valor equivalente quase R$ 18 milhões na época. Ele aguardava o julgamento, previsto para 2020, em prisão domiciliar. Ghosn, no entanto, fugiu do Japão e se refugiou no Líbano, onde permanece até hoje.
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Fonte: direitonews