O reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), professor Evandro Soares da Silva, participou na tarde desta segunda-feira (19), das discussões sobre o projeto de lei nº 5482/2020 que objetiva proteger o Pantanal Brasileiro. O encontro aconteceu no Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP), e contou com a presença do Senador Wellington Fagundes, autor da nova legislação, pesquisadores e autoridades do Estado.
O reitor destacou a relevância da nova legislação, falando também sobre as diversas frentes de atuação da Universidade para somar com a conservação do Pantanal. “Dentre elas, temos uma estação de pesquisa no Pantanal, em que precisamos repensar seu papel e forma de trabalho, e como podemos popularizar a ciência e estudos da área. Sabemos que o Pantanal é a maior planície alagável do planeta, e precisamos então discutir as represas, reservatórios e que irão alimentar o Pantanal”, pontuou falando sobre a riqueza da biodiversidade que pode ser otimizada, e ponderando a necessidade de definição sobre o que almejamos para o Pantanal.
Em sua fala o Senador Wellington Fagundes, reforçou o percurso da proposta da legislação no Senado, e que visa a criação do Estatuto do Pantanal, que busca garantir a conservação, proteção, restauração e exploração sustentável do bioma. “Falamos sobre conservação e que podemos ter uma harmonia entre o meio ambiente e aquilo que pode ser usado para desenvolvimento do ser humano. No Pantanal todos que ali residem necessitam da economia da região para sobrevivência”. Disse, complementando da urgência na aprovação da lei, visto que a região é regida hoje pela Lei da Mata Atlântica e que não condiz com as necessidades do Pantanal.
Pró-reitor de Pesquisa da UFMT, Leandro Dênis Battirola, também ressaltou a participação da UFMT em todos os estudos e pesquisas relacionadas ao Pantanal. “Podemos falar também do contexto de formação do Instituto de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU), do Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP), INPP, culminaram com as pesquisas feitas na UFMT e instituições parceiras. Esse ciclo de palestras do Instituto são pertinentes, agora falando cada vez mais alto para a importância do Pantanal para economia, preservação da vida e da biodiversidade”, disse, destacando a necessidade de aprovação da legislação própria para a região, e do ganhos que o INPP traz para nossas ações de desenvolvimento regional, social e cultural.
Da UFMT também o Pró-reitor de Gestão de Pessoas (Progep), André Baptista Leite, o Diretor do Instituto de Geografia, História e Documentação (IGHD), professor Marcus Cruz participaram cientistas, ambientalistas e comunidade em geral nesta próxima segunda-feira (19), às 14h, no Auditório do INPP. O evento integra o ciclo de palestra “Wolfgang Junk”, do INPP, e conta com a parceria com o Instituto de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU).
Um bioma com necessidades de proteção específicas
O diretor do INPP, professor Paulo Teixeira, conta que o mais preocupante a nível de legislação é que o Estatuto da Mata Atlântica não pode ser aplicado ao Pantanal por serem biomas diferentes. “Temos visto alguns esforços para criação de lei federal para o Pantanal. A política é a arte do possível, e a grande dificuldade está no alinhamento dos diversos grupos de interesse que envolvem. A proposta apresentada hoje avançou bastante, e espero que seja aprovada o quanto antes”, disse destacando que o Pantanal hoje apresenta muitos desafios para sua manutenção, como o fluxo da água e o uso que tem sido realizado.
A proposta nº 5482/2020, tem também como justificativas os incêndios que ocorreram no Pantanal em 2019. Conforme a proposta, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os registros do mês de outubro em 2020 retrataram, novamente, aumento considerável de incêndios quando comparados aos dados de 2019. No Pantanal, houve no mês de outubro 2.856 registros de queimadas, contra 2.430 no mesmo período do ano passado. O ano de 2020, infelizmente, contabilizou 21.205 ocorrências de queimadas e 32.910 km2 de território destruído.
Fonte: ufmt