Saúde confirma óbito de criança por encefalite viral e descarta meningite bacteriana


A Secretaria Municipal de Saúde de Rondonópolis descarta a ocorrência de óbito de uma criança de 9 anos no último sábado (3) por meningite bacteriana. O Município destaca que ainda monitora um caso suspeito de meningite viral em uma criança de 11 anos atualmente internada na Santa Casa de Rondonópolis, mas aguarda exames complementares para confirmar ou descartar a doença. Não há nenhum caso de meningite bacteriana suspeito ou confirmado na cidade.

Com relação a M.C.N.B., de 9 anos, que faleceu no sábado, a causa da morte foi definida como encefalite viral. O caso suspeito da doença, cuja paciente segue internada sob cuidados médicos, ainda aguarda resultados de exames complementares para que possa ser confirmada ou não a ocorrência de meningite viral.

O superintendente de Saúde Coletiva do Município, Paulo Padin, ressalta que não existe surto de meningite em Rondonópolis. Neste ano, dois casos de meningite viral foram confirmados em março. Nenhum óbito foi registrado. “É importante destacar que a Secretaria de Saúde atua sempre com responsabilidade e cautela na divulgação de informações sobre casos de doença, sempre baseada em exames que comprovem os casos e somente após confirmação dos mesmos”, diz.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que Rondonópolis registrou 8 casos de meningite em 2020, 13 casos em 2021, 7 casos de 2022, e dois em abril de 2023. “Não tivemos surtos da doença nos anos anteriores e não temos agora”, afirma.

Além disso, Padin reforça que diante da suspeita de meningite, todos os procedimentos profiláticos foram adotados pela Secretaria Municipal de Saúde mesmo antes da confirmação da doença. Na Escola Municipal Alcides Pereira dos Santos, onde a criança de 9 anos estudava, a Saúde fez a sanitização na última sexta-feira (2) como forma de prevenção diante da suspeita da doença.

Com a identificação da suspeita de meningite da paciente de 11 anos, a Saúde explica que foi feita a profilaxia das pessoas que tiveram contato com a criança – pai, mãe e irmão. A criança é estudante da Escola Estadual Emanuel Pinheiro e as orientações necessárias neste caso também já foram feitas.

“É importante ressaltar que as duas crianças que apresentaram sintomas suspeitos de meningite não tiveram contato entre si ou com pessoas do mesmo meio. Além disso, os casos eram de suspeita de meningite viral e não bacteriana. Contudo, diante da suspeita de casos, mesmo antes da confirmação, a Saúde adota todos os procedimentos preventivos protocolares”, acrescenta. 

Padin ainda destaca que equipes da Secretaria de Saúde estão orientando as escolas municipais sobre medidas de prevenção mesmo que não haja casos confirmados da doença na cidade até o momento. “São procedimentos preventivos de rotina, mas que são importantes”, explica.

Encefalite viral e meningites

O médico infectologista, Juliano Bevilacqua, explica que a encefalite viral e a meningite são coisas próximas, mas diferentes. “Quando ocorre a inflamação da membrana temos a meningite, quando a inflação é no encéfalo temos a encefalite. O detalhe é que as encefalites são virais e as meningites podem ser bacterianas ou virais. A meningite que faz com que sejam necessárias medidas como bloqueios e medidas contra as disseminações em escolas são as bacterianas, especialmente, a meningite bacteriana meningocócica”, detalha e acrescenta que não há casos confirmados e nem suspeitos de meningite bacteriana em Rondonópolis.

O infectologista destaca que a criança de 9 anos que morreu neste sábado em Rondonópolis teve uma encefalite viral com meningite, por contiguidade. “Mas como é viral a disseminação não acontece de pessoa para pessoa, porque é um agente que todos entram em contato, e em algumas pessoas, ou por algum grau de imunossupressão ou por uma falha do sistema imunológico o vírus acaba atingindo o sistema nervoso central e causando a infecção grave”, esclarece.

Ele reforça que esse é um caso pontual (meningite e encefalite viral) , que infelizmente, acontece todos os anos. “É preciso entender que acontece não por falta de cuidados, mas por uma falha individual do sistema imunológico da pessoa”.

Bevilacqua ainda explica que as vacinas previnem contra a meningite bacteriana e não a viral, mas enfatiza que são fundamentais.

Vacinação

A Saúde reforça que os postos da cidade contam com a vacina meningo C e com a vacina meningo ACWY, que previnem a meningite bacteriana. A meningo C deve ser tomada com 3 meses (primeira dose), 5 meses (segunda dose) e 1 ano (reforço). Caso a criança não tenha recebido as doses no primeiro ano de vida, a vacina meningo C pode ser tomada ainda entre 1 e 5 anos.

Já, a vacina meningo ACWY está disponível para crianças de 11 a 12 anos.

As vacinas são gratuitas e podem ser encontradas em todas as unidades básicas de saúde de Rondonópolis.

Fonte: mt.gov.br

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