Ex-colônias britânicas exigem de rei Charles III compensação por danos causados pela colonização


Conforme um artigo do Guardian, na véspera da coroação do monarca britânico, ativistas de 12 países escreveram uma carta pedindo ao rei que inicie o processo de “desculpas formais” e “reparações”.
De acordo com o jornal, a carta intitulada “pedido de desculpas, indenizações e devolução de artefatos e restos mortais” foi assinada por representantes de Antígua e Barbuda, Nova Zelândia, Austrália, Bahamas, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Papua-Nova Guiné, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas.

“Nós, abaixo assinados, apelamos ao monarca britânico, o rei Charles III, no dia de sua coroação em 6 de maio de 2023, que reconheça as terríveis consequências e o legado do genocídio da colonização dos povos indígenas e escravizados”, cita o jornal o texto da carta.

Bandeira da Índia - Sputnik Brasil, 1920, 10.04.2023

Além disso, os autores do documento destacam que, em junho de 2022, o então príncipe Charles disse aos chefes de governo da Comunidade que reconhecer os erros do passado é “uma conversa cuja hora chegou”.
Na carta, os autores pedem ao rei para “iniciar imediatamente a conversa sobre o impacto duradouro da escravidão“.
Ao mesmo tempo, a agência Reuters relata que sul-africanos pedem que o Reino Unido devolva o maior diamante do mundo que compõe as joias da coroa.
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“Alguns sul-africanos estão apelando que o Reino Unido devolva o maior diamante do mundo, conhecido como a Estrela da África, que está no cetro real que o rei Charles III usará em sua coroação no sábado”, diz o artigo.
O diamante, que pesa 530 quilates, foi descoberto na África do Sul em 1905 e presenteado à monarquia britânica pelo governo colonial do país, que na época estava sob o domínio britânico. A maior gema é chamada de Cullinan I ou Grande Estrela da África.
Esta questão, segundo a Reuters, se tornou mais premente em meio a uma conversa global sobre a devolução de obras de arte e artefatos que foram saqueados durante a época colonial.
Povo afegão corre perto do local de uma explosão na província de Herat, Afeganistão, 2 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 02.05.2023

Mothusi Kamanga, advogado e ativista de Joanesburgo, promoveu uma petição on-line, que reuniu cerca de 8.000 assinaturas, para que o diamante seja devolvido.

“O diamante precisa vir para a África do Sul. Ele precisa ser um sinal do nosso orgulho, do nosso patrimônio e da nossa cultura”, declarou ele.

A rainha Elisabeth II do Reino Unido, que governou o país por mais de 70 anos, morreu em 8 de setembro de 2022 na Escócia, aos 96 anos de idade.
O príncipe Charles se tornou rei, assumindo o nome Charles III, com sua esposa Camilla como rainha consorte. O casal real está programado para ser coroado em 6 de maio.

Fonte: sputniknewsbrasil

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