Especialista japonês: com seu plano de paz, a China quis mostrar alternativa à ordem americana


“A China revelou seu plano de paz de 12 pontos. Entretanto, não há praticamente qualquer probabilidade de o governo de Zelensky ou a administração Putin seguirem este plano e interromperem as hostilidades. Acho que a China está ciente disso. A China tem dois objetivos para os quais propôs este plano”, disse o acadêmico.
De acordo com ele, o primeiro objetivo é mostrar aos países do Sul Global – da África, Ásia e América Latina – que a China está pronta para enfrentar o aumento dos preços das commodities e dos alimentos.
Outro alvo é a Europa. Para a Europa neste momento, a principal abordagem ao problema da Ucrânia é a que é liderada pelos Estados Unidos.
Em suas palavras, é importante que a China demonstre à Europa que o problema não pode ser resolvido apenas com as regras do jogo americanas, que o problema só pode ser solucionado por um país que mantém relações não só com a Ucrânia, mas também com a Rússia.
“É importante que a China se mostre como um possível mediador no conflito, mesmo que não haja solução agora, é importante demonstrar isso à Europa”, ressaltou.
Bandeiras do Japão e da China (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 02.04.2023

Ele acredita que a Rússia estava começando a desempenhar o mesmo papel no mundo antes da crise na Ucrânia, mas agora a China está fazendo isso mais ativamente.
A Rússia e China estão demonstrando sua posição, a de estabelecer uma ordem mundial diferente da ordem liderada pelos EUA. Mas a China está fazendo isso de forma mais ampla e global do que a Rússia […] Antes das hostilidades na Ucrânia, a Rússia tinha uma posição de sucesso no Oriente Médio, na Europa, na Ásia, mas infelizmente agora ela tem que se concentrar no problema da Ucrânia.”

“Afinal de contas, a Rússia ocupa uma posição tão especial que pode falar tanto com a Arábia Saudita quanto com o Irã, mas agora não está à altura. Isto é, o que a Rússia fazia e queria fazer, agora a China começou a fazer“, afirmou Taisuke Abiru.

Com o arrastar do conflito na Ucrânia, diversos países avançaram propostas de paz. Foi o caso da China e do Brasil, nações que propuseram diferentes sugestões para pôr fim às hostilidades. Ambas as propostas foram bem recebidas pelo governo russo, uma vez que esses países não aplicaram sanções contra Moscou e se mostram neutros em relação à crise.

Fonte: sputniknewsbrasil

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