Os pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de São Paulo poderão contar com o teste genético preventivo de predisposição hereditária. O exame gratuito pode apontar alterações e riscos de incidência de câncer. A iniciativa consta da Indicação 4826/2022, de autoria do deputado Edmir Chedid (União), apresentada à Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com o parlamentar, o teste genético para risco de câncer hereditário é realizado a partir de uma amostra de saliva ou sangue a fim de identificar alterações que podem estar associadas a mais de um tipo de tumor. “É o caso, por exemplo, da mutação no gene BRCA2, que, além do câncer de mama, ainda aumenta o risco de câncer de ovário, pâncreas e próstata”, disse.
“A partir dessas informações, o médico consegue definir um protocolo específico de rastreamento e, caso o paciente desenvolva um tumor, as chances de detecta-lo num estágio inicial são muito maiores. Desta forma, o tratamento indicado torna-se bem menos invasivo e com chance de cura, quanto mais precoce for o diagnóstico obtido para o paciente”, completou Chedid.
Outra patologia que pode ser detectada pelo teste genético preventivo de predisposição hereditária na rede pública é a Síndrome de Li-Fraumeni (SLF), doença hereditária de propensão para o câncer, relacionada a mutações no gene TP53. Uma das mutações neste gene, denominada R337H, é encontrada apenas no Brasil, com alta prevalência nas regiões sul e sudeste.
A identificação de predisposição genética para incidência de câncer, em qualquer situação, permite que os médicos realizem um acompanhamento mais próximo do paciente, aumentando os casos de diagnóstico precoce, ampliando as alternativas de tratamentos possíveis e as chances de cura. Atualmente, o teste genético não encontra cobertura no Sistema Único de Saúde.
“Essa matéria, no entanto, vem sendo discutida em Projetos de Lei no Congresso Nacional. A própria Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou a proposta que obriga o SUS e os planos privados de assistência à saúde a realizarem os testes genéticos em mulheres já diagnosticadas com câncer e em seus familiares”, concluiu o autor da Indicação.