A FIA está trabalhando duro em alguns conceitos, para ajudar a melhorar a dirigibilidade dos carros de F1 da geração atual, em condições extremas de chuva.
Uma crítica recorrente na Fórmula 1 nos últimos anos, é o fato de que, uma vez que a chuva comece a cair em grande quantidade, as chances são de que a corrida seja interrompida por bandeira vermelha ou adiada indefinidamente.
Isso aconteceu com bastante frequência nos últimos anos, mas foi exacerbado nesta temporada pela introdução da nova geração de carros de efeito solo.
Um exemplo disso foi o GP de Mônaco, onde a corrida foi muito atrasada devido à chuva, com os pilotos obrigados a largar com pneus de chuva, mas parando quase no início para trocar por pneus slick, com a diminuição da chuva.
Após o GP do Japão, que teve bandeira vermelha logo no início depois que Carlos Sainz bateu sua Ferrari sob forte chuva, a atenção se voltou para como melhorar a dirigibilidade dos atuais carros de F1 em tais condições.
Os pneus de chuva extrema da Pirelli, de acordo com a maioria dos pilotos, não estão à altura da tarefa de limpar a água, proporcionando aderência suficiente, com o fabricante de pneus respondendo que isso é devido à falta de testes em tais condições, como bem como o círculo vicioso causado por tais bandeiras vermelhas e atrasos regulares.
A Comissão da F1, que se reuniu na sexta-feira antes do GP de Abu Dhabi, revelou que o assunto está sob intenso estudo.
De acordo com o relatório da Comissão, os pilotos relataram que a visibilidade foi bastante reduzida em condições de chuva extrema, após a introdução dos carros com efeito solo.
Para poder aumentar as chances de correr nessas circunstâncias, a FIA se propôs a estudar um pacote voltado para esse objetivo.
As propostas incluem a definição de um kit de carroceria padrão, que poderá ser instalado nos carros caso seja realizada uma corrida com chuva extrema. Este kit teria como objetivo diminuir o spray dos pneus, reduzindo a quantidade de carroceria ao redor das rodas.
Iluminação adicional nos carros é outra proposta para melhorar a visibilidade, enquanto ‘dispositivos’ podem ser instalados nos carros antes de uma corrida extremamente molhada, ou em caso de bandeira vermelha devido a tais condições.
O estudo também está focado em entender como os túneis Venturi nos assoalhos de efeito solo estão afetando a quantidade de spray criada.
Um conceito inicial desse kit e os resultados preliminares já foram apresentados à Comissão da F1.
Por enquanto, as propostas não serão adicionadas ao Regulamento Esportivo, pois o conceito exigirá a aprovação da Comissão da F1, antes de ir para o Conselho Mundial de Automobilismo para ratificação.
Outras propostas da Comissão, são para permitir a ativação do DRS já após a primeira volta de corrida, ou após uma relargada depois de um Safety Car, com a intenção de introduzir essa regra em 2024.
Uma decisão final sobre se os cobertores de pneus serão banidos, algo que a maioria dos pilotos é contra, também deve ser tomada em julho de 2023, a fim de permitir análises e testes adicionais sobre tal decisão.