Delegados defendem valorização de policiais, com aumento salarial e do cuidado com a saúde mental


O programa “Estúdio Alesp” desta terça-feira (31) recebeu o delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, e o presidente da Associação de Delegados, Gustavo Mesquita Bueno. Na entrevista, eles falaram sobre os projetos para a melhoria da segurança pública do Estado.

A saúde mental dos policiais foi um dos assuntos em pauta. De acordo com a última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Estado de São Paulo representa 23,7% dos casos nacionais de suicídio de policiais ativos.

Artur Dian afirmou que a Academia de Polícia está focada em dar suporte aos servidores. “Já estamos com projetos esse ano para o acompanhamento psicológico do policial”. Ele disse que existem planos para colocar psicólogos à disposição, além de atendimento via telemedicina.

Dian pontuou que os planos também incluem a “valorização salarial do policial para que ele possa ter um bem-estar para trabalhar e desenvolver a atividade de uma forma tranquila e coesa, e, assim, trazer mais benefícios para a população”.

Segundo o delegado geral, já está sendo montado um grupo de trabalho para realizar estudos que levem a um salário “compatível à atividade e à complexidade do serviço que o policial pratica”.

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo tem atuado no sentido de apoiar a valorização da categoria. Em março de 2022, por exemplo, o Parlamento aprovou a Lei Complementar 1.373/2022, que fixou em 20% o reajuste salarial de servidores da segurança pública, incluindo policiais civis e militares.

Drogas

Quando questionados sobre a situação da Cracolândia, Gustavo Bueno pontuou que esse problema é crônico e não é só sobre segurança pública. “É também um problema de habitação, saúde, educação, urbanismo. E é somente com um conjunto de soluções integradas que a gente vai conseguir enfrentar”. Ele comentou que o novo governo já está buscando soluções.

Nova gestão

Ainda sobre o novo governo, Bueno disse que há esperanças para a categoria. “Nos últimos 30 anos, as forças policiais, no geral, são submetidas a uma desvalorização que não é só salarial, é uma desvalorização do policial como ser humano. Com esse governo, nós temos uma bandeira muito clara de passar a enxergá-los, de fato, como tal”.

De acordo com Artur Dian, atualmente, existe a maior defasagem policial dos últimos anos, mas já estão sendo tomadas providências quanto a isso. “Somente na Polícia Civil, temos em torno de 14 a 15 mil quadros vagos que estamos trabalhando já para recompor. Estamos com um concurso em andamento para aproximadamente 3.500 policiais de todas as carreiras”, afirmou. Ele complementou dizendo que existem mais dois concursos já autorizados, mas que o processo para ocupar esses cargos pode levar cerca de 5 anos.

Por fim, eles falaram sobre outras formas de suprir a demanda da segurança pública, como o uso da tecnologia. O delegado geral disse que já foram implementadas algumas ferramentas nos últimos anos e que, ainda em janeiro, o governador Tarcísio de Freitas assinou um convênio a respeito de uma ferramenta que ajuda na gestão de banco de dados e na vigilância do Estado de São Paulo.

Fonte: al.sp.gov

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