Antes de Macron falar, Haddad defende pacto Mercosul-UE, rechaçado pelo presidente francês


Seu discurso foi proferido antes de tomar a palavra o presidente francês, Emmanuel Macron, que está no Brasil e é publicamente contrário ao pacto econômico.
O titular do Ministério da Fazenda criticou o protecionismo, destacando que em um mundo globalizado uma postura voltada para dentro por parte de qualquer país não tem sentido.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante almoço de trabalho oferecido pelo Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron - Sputnik Brasil, 1920, 26.03.2024

Haddad não mencionou a França, mas vale ressaltar a oposição de Macron frente ao acordo. O lobby agrícola francês se sente ameaçado pela possível abertura do mercado a produtos sul-americanos, mais acessíveis, ainda que a justificativa oficial seja relacionada a preocupações ambientais, sob alegação de que a cadeira produtiva brasileira não cumpre determinados critérios de combate ao desmatamento e à poluição.
Mesmo assim, Haddad está otimista de que o pacto prospere. “Não devemos abandonar esse acordo. Se conseguimos aprovar uma reforma tributária após 40 anos, por que não poderíamos, após 20, alcançar um acordo benéfico entre a União Europeia e o Mercosul?”, questionou.
No mesmo evento, presidentes de entidades representativas da indústria nacional reforçaram seus apelos para que houvesse uma conclusão.
O presidente francês Emmanuel Macron participa de cerimônia comemorativa no monumento Felix Eboue, na Place des Palmistes, em Caiena, como parte de uma visita de dois dias ao departamento ultramarino francês da Guiana, em 25 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 27.03.2024

Anteriormente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que houvesse tal parceria comercial entre os blocos, mas a rejeição francesa impossibilita uma aprovação.
No início do ano, Macron disse à Comissão Europeia que Paris não aceitará a assinatura do pacto com o bloco sul-americano. Em dezembro do ano passado, em Dubai, ele expressou preocupações com a falta de consideração pelo clima e pela biodiversidade no acordo, argumentando ser necessário um pacto mais alinhado com as geoestratégias da UE.
O pacto está em negociação desde 1999 e envolve 31 países. Se aprovado, representaria uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, englobando quase 720 milhões de pessoas e cerca de 20% da economia global. Em 2022, a UE foi o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com uma corrente bilateral de mais de US$ 95 bilhões (cerca de R$ 472,6 bilhões).
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Fonte: sputniknewsbrasil

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