A FIA acredita que uma brecha foi encontrada nos regulamentos de 2022, quando se trata dos assoalhos dos novos carros, mas não viu nenhuma equipe ‘trapaceando’ abertamente.
Um grupo de pessoas foi usado para farejar possíveis áreas cinzentas nos novos Regulamentos Técnicos de 2022, mas uma parte que eles aparentemente não perceberam, foram os assoalhos flexíveis.
O ‘porpoising’, um efeito que faz os carros ‘saltarem’, principalmente nas retas, foi causado pela mudança da Fórmula 1 para a aerodinâmica de efeito-solo, e foi um grande problema no início da temporada, levando a FIA a introduzir uma diretiva técnica que entrou em vigor a partir do Grande Prêmio da Bélgica.
Além de trazer uma métrica de oscilação vertical para controlar o nível dos ‘saltos’, também foram anunciadas mudanças no assoalho para 2023, já que a FIA procurava obter uma compreensão mais firme do fenômeno.
Mas, antes da Diretriz Técnica entrar em vigor na corrida em Spa, também houve indícios da FIA, de que algumas equipes estavam levando as regras ao limite com o design de seus assoalhos, levando a entidade a solicitar verificações adicionais de flexibilidade.
Essas equipes estavam utilizando um tipo de ‘truque’, disse a FIA, mas não chegou a ser uma trapaça.
“As equipes claramente sempre tendem a trabalhar no limite dos regulamentos, e não achamos que alguém estivesse trapaceando naquele momento”, disse o diretor técnico de monopostos da FIA, Nikolas Tombazis, ao Motorsport.com.
“Mas a forma como os regulamentos foram escritos permitiu um pouco de malandragem, digamos assim. É por isso que esclarecemos os regulamentos por meio de uma diretiva técnica e fizemos algumas alterações nesses regulamentos.”
“Existem duas áreas dos regulamentos em que podemos agir unilateralmente sem a aprovação da Comissão da F1. Uma tem a ver com rigidez, Artigo 3.15, e a outra tem a ver com segurança. Isso nos deu a capacidade necessária para atuar nessa frente”, acrescentou.
“Normalmente é uma situação difícil, porque na Fórmula 1, quase tudo é presumido para beneficiar alguém mais do que outra pessoa, porque no final das contas alguém tem que vencer”, afirmou Tombazis.
“Portanto, com exceção de algumas coisas como segurança, em que, de modo geral, a maioria das pessoas tende a concordar, há uma enorme dificuldade em fazer com que concordem com quase tudo. E eu sei disso, porque já estive do outro lado da cerca.”
“Tentamos ser o mais imparciais possível, e definitivamente não procuramos beneficiar um mais do que o outro ou algo assim. Mas, inevitavelmente, a psicologia de estar em uma competição é tal, que faz você pensar sempre que alguém está levando vantagem”, concluiu Tombazis.