Brasil e países árabes discutem sustentabilidade no comércio


A implementação de uma agenda de sustentabilidade nos negócios envolvendo o Brasil e países árabes foi discutida em um painel no pavilhão brasileiro na 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), que ocorre em Sharm el-Sheikh, no Egito. O secretário-geral das Câmaras Árabes, Khaled Hanafi, destacou que a parceria entre o Brasil e 22 países árabes está consolidada e que a intenção, agora, é trabalhar para que o negócio fique mais verde e respeite o meio ambiente. Para ele, um dos elementos chaves nessa relação é o mercado de carbono. Hanafi destacou que o Brasil tem superávit de carbono e que os países árabes estão prontos para comprar o excedente.

O secretário geral das Câmara Árabes ressaltou ainda que um dos primeiros pontos na melhora da sustentabilidade nessa balança comercial está na implementação de meios de transportes mais limpos. Ele ressaltou que as embarcações usadas no transporte marítimo de mercadorias na rota entre Brasil e países árabes emite muita poluição e que isso pode ser melhorado.

A reitora da Faculdade de Transporte e Logística Internacional e assessora econômica da União das Câmaras Árabes, Sara Hassan Kamal, também destacou que o Brasil e países árabes já estão pensando em projeto logístico que respeita o meio ambiente e portos verdes para melhorar a sustentabilidade na cadeia produtiva envolvendo as duas partes.

O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Tamer Mansour, defendeu uma proposta de uma agenda para ser apresentada em conjunto pelo Brasil e países árabes na COP28, no ano que vem, nos Emirados Árabes Unidos, de um sistema de rastreabilidade de produtos sustentáveis semelhante ao método de produção Halal adotado nos frigoríficos. O segmento Halal respeita o ritual islâmico no abate dos animais e os produtos e fábricas estão sujeitos a uma certificação específica.

Mansour lembrou, também, que nos últimos dois anos houve um investimento muito grande em agronegócio, infraestrutura, logística e transporte entre o Brasil e o mundo árabe. Segundo ele, essa relação gira em torno da segurança alimentar e da sustentabilidade. O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira destacou que os árabes querem garantir a segurança alimentar com alta qualidade e que o Brasil está mostrando a sua importância nessa área, trazendo a sustentabilidade em cada parte do produto entregue. A guerra entre Ucrânia e Rússia, na opinião de Mansour, também aumentou a pareceria entre o Brasil e os países árabes na parte de fertilizantes. Dos cinco maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil, três são árabes. “Tudo isso mostra que a parceria, além de alimentos e frutas, vira uma parceria estratégica. Eu vejo essa parceria cada dia mais se fortalecendo em relação, inclusive, ao financiamento de zero carbono”, ressaltou.

A assessora econômica da União das Câmaras Árabes, Sara Hassan Kamal, também ressaltou que governos e setor privado dos países árabes estão prontos para trabalhar no mercado de carbono.

Os árabes são o terceiro maior parceiro do Brasil nas exportações e o quinto maior em importações.

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ASCOM MMA

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