A Leapmotor, marca chinesa da Stellantis, já anunciou que vai iniciar as operações no Brasil em novembro com o SUV médio, quase grande, C10. Semanas antes de mais detalhes serem revelados, o Inmetro acaba de divulgar uma nova rodada do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) com informações de consumo e autonomia não só do C10, como também do B10, que chega no início de 2026.
Como já antecipado, o C10 será vendido em duas versões. Uma delas, elétrica, foi homologada no Inmetro com o nome Design. Ainda sem divulgar oficialmente a capacidade da bateria, sabemos que a autonomia no ciclo brasileiro será de 338 km.
Mesmo sem a confirmação da Leapmotor, podemos supor que a bateria do C10 vendido no Brasil será a maior disponível para o modelo, de 69,9 kWh. A razão para isso é o alcance declarado no Chile, onde o SUV já está disponível com tal pacote. Lá, a autonomia é de 480 km. Considerando que o ciclo do Inmetro tem um fator de correção de cerca de 30%, a autonomia ficaria exatamente na casa dos 340 km, partindo do número declarado no Chile.
A segunda versão do C10, REEV, embora tenha sido homologada como híbrida plug-in, na verdade é híbrida em série, definição da SAE para um sistema em que o motor a combustão atua exclusivamente como gerador de energia para a bateria, e não traciona o veículo em hipótese alguma.
Estamos falando de um conjunto formado por um motor 1.5 a gasolina de até 96 cv que funciona unicamente para abastecer a bateria de 28 kWh, que, por sua vez, alimenta um motor elétrico de 231 cv.
Nesse caso, a autonomia elétrica é de bons 111 km, considerando que a bateria tem capacidade modesta. No entanto, o Inmetro também divulga números de consumo de combustível, ainda que o motor 1.5 não tracione as rodas.
Logo, podemos deduzir que as medições foram feitas com a bateria totalmente cheia, cenário em que o C10 marca 33,5 km/l na cidade e 29,1 km/l na estrada, ou sem nenhuma carga, quando as médias urbana e rodoviária ficaram em 12 km/l.
Tão importante quanto o consumo é a autonomia. Porém, no caso dos híbridos em série, como o C10 REEV, o padrão brasileiro não contempla a utilização ideal do sistema, combinando o uso do motor a gasolina como gerador e a própria bateria.
Assim, com as marcas divulgadas pelo Inmetro, a autonomia, em tese, pode variar de 711 km, considerando 111 km de alcance elétrico, mais os 12 km/l multiplicados pelos 50 litros do tanque (resultando em 600 km|), a mais de 1.600 km, em um hipotético e pouco provável uso urbano sempre com a bateria cheia.
Considerado de porte médio, o C10 mede 4,74 metros de comprimento, 1,68 m de altura e 1,90 m de largura, além de 2,83 metros de distância entre-eixos. Ou seja, tem medidas próximas às de um Jeep Commander. É construído sobre a plataforma Leap 3.0 e já é vendido pela marca tanto na China quanto em mercados da Europa e Austrália.
O “irmão” menor do C10 também teve os números divulgados pelo Inmetro. Sabemos que, inicialmente, virá apenas uma versão, batizada de Life. O conjunto mecânico é composto por um motor elétrico traseiro de 218 cv e 24,5 kgfm de torque. Há duas configurações de bateria: 56,2 kWh, para autonomia de 380 km no padrão chinês, ou 67,1 kWh, com alcance de 460 km no mesmo (e otimista) ciclo.
No Brasil, o alcance declarado no PBVE é de 288 km. Seguindo o mesmo raciocínio da bateria do C10, podemos imaginar que a Stellantis escolheu o kit mais parrudo, de 67,1 kWh.
O B10 é um SUV um pouco maior que o Jeep Compass e que chega para concorrer com BYD Yuan Plus, Geely EX5, Omoda 5 e GAC Aion V, todos chineses. Na especificação chinesa, tem 4,52 metros de comprimento e entre-eixos de 2,74 m. O porta-malas, por sua vez, fica devendo. São 420 litros, menos do que os modelos similares — à exceção do Compass, que tem bagageiro de 410 litros. As rodas são de 18 polegadas.
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Fonte: direitonews






