Caoa negocia produzir carros híbridos e elétricos da Omoda Jaecoo no Brasil


Com o fim da parceria entre Hyundai e Caoa para produção de veículos na fábrica de Anápolis (GO), apurado por Autoesporte em primeira mão no fim da semana passado, agora o grupo brasileiro busca alternativas para aumentar a produtividade do local. E a saída pode estar em uma velha conhecida: a Chery.

Mas não estamos falando de aumentar a linha de produtos Caoa Chery, e sim de começar a produzir na unidade goiana os modelos da Omoda Jaecoo, que pertence à gigante chinesa e está em operação no Brasil sem qualquer vínculo com o grupo Caoa.

Após trazer, com exclusividade, que Hyundai e Caoa haviam encerrado o acordo de produção local, Autoesporte apurou que existe a possibilidade de acordo entre as empresas para que carros da Omoda Jaecoo sejam produzidos em Anápolis.

Procurada, a Omoda Jaecoo disse que não comentaria o assunto. A Caoa Chery, por sua vez, não confirmou nem negou a informação. Veja, mais abaixo, a íntegra da nota da empresa.

Em abril, quando o acordo entre Hyundai e Caoa já havia sido desfeito, durante programação no Salão de Xangai, representantes da Caoa se reuniram com a direção da Chery. Executivos chineses também fizeram consultas à Hyundai, para entender qual a situação da marca coreana em relação a Caoa. Por fim, uma fonte ouvida por Autoesporte disse que o acordo entre Caoa e Chery International para montar veículos da Omoda Jaecoo no complexo de Anápolis estaria muito bem encaminhado.

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Com isso, as rusgas entre Caoa e Chery podem ter ficado no passado. Em 2023, os chineses anunciaram que iriam trazer, de forma independente, a Omoda Jaecoo ao Brasil — o que obviamente não agradou a Caoa. Desde então, há promessas de produção local, seja na unidade de Jacareí (SP), dividida entre Caoa e Chery, ou em outros locais, como a fábrica de Horizonte (CE), que era da Ford e passou às mãos da Comexport.

Se o acordo entre Caoa e Omoda Jaecoo for confirmado, estamos falando de algo muito benéfico para as duas empresas. Do lado brasileiro, a ociosidade deixada pela saída da Hyundai poderia ser preenchida. Além disso, a Caoa poderia usar todo o conhecimento de décadas do mercado brasileiro para distribuir os produtos da parceira chinesa. Vale lembrar que a Omoda terá mais lançamentos ainda em 2025, como o crossover 5 com motorização híbrida.

Já a Omoda Jaecoo finalmente resolveria a questão da produção local, escapando dos impostos de importação crescentes. Outra vantagem é que a fábrica de Anápolis já faz modelos Chery a partir da plataforma T1X, usada pelos SUVs de todas as marcas da montadora chinesa. Ou seja, o tempo de implementação seria consideravelmente mais baixo — talvez, menos de um ano.

Um exemplo de compartilhamento dessa arquitetura são os modelos Omoda 7 e Jaecoo 7, que usam a mesma base do Tiggo 7 PHEV, lançado há poucos meses no Brasil. O conjunto mecânico do trio também é similar. Por mais que sejam concorrentes, unir forças pode ser mais interessante do que seguir caminhos distintos. Principalmente em um momento que o Brasil recebe uma enxurrada de novas marcas chinesas.

Procurada, a Caoa disse que “tem uma política de sigilo judicial que não nos permite comentar planos de negócios, futuros lançamentos ou tratativas de projetos subsequentes.”

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Fonte: direitonews

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