RIO DE JANEIRO (Reuters) – A equipe técnica do Ibama recomendou que o órgão negue autorização para a Petrobras realizar perfurações na Bacia da Foz do Amazonas, disseram à Reuters duas fontes familiarizadas com o assunto.
“O entendimento é que não teve tanta alteração no plano de fauna e que não tem condição de aprovar o plano conceitual. Mantém-se a decisão de inviabilidade”, afirmou uma das fontes.
A área faz parte da Margem Equatorial, considerada pela Petrobras sua fronteira mais promissora para exploração de petróleo e gás. A decisão de perfurar na região é controversa dada a biodiversidade da área e sua proximidade com a floresta amazônica.
A decisão final será tomada pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, que em outubro havia solicitado em ofício mais esclarecimentos à Petrobras sobre o pedido da companhia.
Na oportunidade, Agostinho havia feito a solicitação após a equipe técnica da agência recomendar que o presidente do órgão indeferisse a licença.
O jornal O Globo noticiou primeiro a informação sobre a recomendação negativa dos técnicos do Ibama, nesta quinta-feira.
A notícia surgiu enquanto a diretoria da Petrobras comentava com analistas os resultados do ano passado, quando foram questionados sobre o processo relativo à Bacia da Foz do Amazonas.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou na oportunidade que a companhia entende que a estrutura de atendimento da fauna, em caso de vazamento, seria a última demanda do Ibama a ser atendida em processo de licenciamento.
Ela acrescentou que a companhia pretende entregar até o final de março a estrutura para o atendimento da fauna para o projeto.
Chambriard lembrou também que, a despeito do cumprimento das regras ambientais, a Petrobras operaria a cerca de 500 km da Foz do Amazonas, e lamentou o fato de a bacia ter nome associado ao rio.
Durante coletiva de imprensa, após a teleconferência com analistas, Chambriard afirmou que a companhia não tinha conhecimento se a notícia sobre a recomendação dos técnicos era verdadeira.
Procurado, o Ibama não comentou o assunto imediatamente.
(Por Fábio Teixeira, com reportagem adicional de Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)
Fonte: noticiasagricolas