Teste: Caoa Chery Tiggo 7 Sport tem porte de Compass e preço de Renegade


Hype é um termo inglês que significa “entusiasmo”, ou “euforia”. Para simplificar, é usado para descrever algo que está na moda ou que está sendo muito comentado. Sabe qual carro está no hype? O Caoa Chery Tiggo 7. Quer uma prova? O SUV médio cresceu nada menos do que 387% nas vendas em um ano. Saiu dos 6.349 emplacamentos em 2023 para 30.896 em 2024, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Pois é. O utilitário virou o queridinho do momento.

Mas será que vale mesmo todo esse hype? Para responder, Autoesporte testou a versão de entrada do Tiggo 7, que se chama Sport. Essa configuração foi lançada em fevereiro do ano passado, fazendo dele o SUV médio mais barato no Brasil. E, um ano depois, continua nessa posição, com tabela fixada em R$ 146.990.

O preço, aliás, é de SUV compacto. Jeep Renegade, Hyundai Creta e Volkswagen Nivus têm até versões mais caras. E esse é um dos motivos que fizeram o Tiggo 7 desbancar de longe rivais como Volkswagen Taos e Ford Territory, por exemplo. Agora, só fica abaixo das comercializações de Jeep Compass e Toyota Corolla Cross.

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Mas, claro, um bom preço não é tudo e um carro também precisa de outros predicados. Por isso, vamos começar pelo porta-malas. O Tiggo 7 tinha capacidade para 475 litros, mas a Caoa Chery tirou um porta-objetos do compartimento, o que aumentou seu volume para bons 525 litros.

Isso significa que o bagageiro é bem maior do que o do Corolla Cross (440 l) e o do Compass (410 l). Só que não tem abertura e fechamento elétricos. Esse foi um dos itens cortados da versão topo de linha, Pro, para baratear a configuração de entrada. Uma ausência pouco notada, convenhamos.

Sentando na segunda fileira de bancos, mais um motivo para o Tiggo 7 dar o que falar. Afinal, há espaço de sobra para que os passageiros viajem de forma confortável. São 2,67 metros de entre-eixos, uma dimensão também maior que a dos principais concorrentes. Além disso, quem vai ali não passa calor em dias quentes, pois há saídas de ar-condicionado.

O acabamento é outro ponto que merece comentários. O SUV médio tem imitação de couro nos bancos, no volante e até em alguns detalhes das portas. Falando nelas, ainda trazem uma faixa prateada em plástico para dar um charme extra. O material, inclusive, aparece de forma discreta, substituído por outros, macios ao toque. O que algumas pessoas podem reclamar é da falta de um teto solar panorâmico — esse item só está presente na versão mais cara.

Partindo para as tecnologias, o Caoa Chery Tiggo 7 é equipado com painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas. A central multimídia é de 10,25 polegadas e só tem conexões com Apple CarPlay e Android Auto com fio. Além disso, as entradas USB são comuns, e não do tipo C, o que dificulta a conectividade de celulares mais modernos. Pelo menos o funcionamento é intuitivo e há carregador de celular por indução.

O ar-condicionado é digital e de uma só zona, mas os comandos são feitos por meio de botões que ficam ao alcance do motorista. Outro destaque é o freio de estacionamento eletrônico, um sistema que a maioria dos carros dessa faixa de preço não oferece.

O Tiggo 7 Sport também tem câmera de ré, mas não com o sistema de 360º. Esse foi outro recurso retirado na versão Sport, assim como os assistentes de condução do sistema Max Drive. Ou seja, não temos frenagem automática de emergência com detecção de pedestres e ciclistas, alerta de mudança de faixa com correção no volante, piloto automático adaptativo e alerta de colisão frontal.

Ainda assim, o modelo dispõe de seis airbags, assistente de descida e partida em rampa, sensores de estacionamento traseiro e de chuva, controlador de velocidade e ajuste elétrico dos bancos dianteiros. Uma lista até que bem generosa por R$ 146.990.

E a motorização? O Caoa Chery Tiggo 7 Sport é equipado com um motor 1.5 turboflex de quatro cilindros que entrega 150 cv de potência com etanol e 147 cv com gasolina no tanque. Já o torque é de 21,4 kgfm com qualquer combustível. E o câmbio é CVT, com nove marchas simuladas.

Esse conjunto não é o mesmo da versão topo de linha, que traz um 1.6 turbo a gasolina de 187 cv e custa R$ 30 mil a mais. É, na verdade, o mesmo que equipa o Tiggo 5X, um carro bem menor e mais mais leve. Então, certamente, o propulsor mais potente seria a melhor opção para um carro de quase uma tonelada e meia.

Mesmo assim, não dá para dizer que o motor 1.5 deixa a desejar. De acordo com a fabricante, o 0 a 100 km/h do Tiggo 7 Sport é feito em 10,7 segundos. Nos nossos testes, realizados no 127 Campo de Provas, a marca foi consideravelmente menor; de 9,5 segundos.

Só para comparar, o Compass fez a mesma prova em 8,9 s com seu motor 1.3 turboflex (pouco antes da redução de potência de 180 cv para 176 cv em razão da nova lei de emissões) e o Corolla Cross, que traz motor 2.0 aspirado, marcou 10,2 s. Nada mal para o chinês.

O Tiggo 7 ainda conta com dois modos de condução: Eco e Sport. Na prática, é possível fazer ultrapassagens com segurança nos dois casos. Obviamente, o SUV fica mais responsivo quando a segunda opção é ativada. Porém, quem compra esse carro provavelmente está mais preocupado com o custo/benefício do que com acelerar realmente. Por isso, vamos ao consumo de combustível.

De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o Tiggo 7 Sport marca 8,1 km/l na cidade e 8,5 km/l na estrada com etanol. Com gasolina os números sobem para 11,1 km/l e 11,2 km/l, respectivamente. Na vida real, fizemos médias de 9,6 km/l no ciclo urbano e 12,3 km/l no rodoviário com gasolina. São números semelhantes aos dos rivais.

As reclamações quanto à dirigibilidade ficam só na falta de sensores de ponto cego e dianteiro. Afinal, estamos falando de um carro que tem 4,5 metros de comprimento, e isso facilitaria na hora de estacionar. Fora isso, é possível perceber pequenos trancos no câmbio em velocidades mais baixas.

Por outro lado, a suspensão oferece bastante conforto mesmo em terrenos irregulares. Isso acontece porque o sistema foi ajustado para o solo brasileiro. E para aumentar o bem-estar dentro do SUV, o isolamento acústico trabalha bem. Há pouco ruído dentro da cabine até em velocidades altas.

Então, vale mesmo todo esse hype? Estamos falando de um carro que tem porte de Jeep Compass e preço de Jeep Renegade. O Caoa Chery Tiggo 7 Sport é bem equipado, é mais espaçoso que os rivais, tem um bom acabamento e um desempenho que não deixa a desejar. Nada mais justo, portanto, do que ele ser o queridinho do momento.

*Seguro: O valor é uma média entre as cotações para homem e mulher da Minuto Seguros, com base no perfil padrão de Autoesporte, sem bônus

**Cesta de peças: Retrovisor direito, farol direito, para-choque dianteiro, lanterna traseira direita, filtro de ar (elemento), filtro de ar do motor, jogo de quatro amortecedores, pastilhas de freio dianteiras, filtro de óleo do motor e filtro de combustível (se aplicável)

Agradecimento: Shopping Praça da Moça – Rua Manoel da Nóbrega, 712, Diadema, SP

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Fonte: direitonews

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