“O que a gente tinha até então eram estudos bastante isolados sobre algumas espécies de uso econômico mais relevantes ou espécies mais tradicionais. Esse estudo que nós fizemos foi o primeiro onde a gente fez um levantamento partindo de consultar quais eram os usos de todas as espécies da flora da Mata Atlântica”, afirma a pesquisadora.
“A partir do momento que se remove a biodiversidade, termina o modo de viver e a cultura desses povos. Eu acho que esse seria o maior impacto.”
“Porque a patente depende de uma estratégia corporativa. No caso de uma patente, por exemplo, depositada [requerida] por uma instituição de ensino e pesquisa, ela envolve custos. Então a instituição provavelmente não vai fazer o depósito de todas as patentes, de todas as possíveis invenções que são propostas pelos pesquisadores, mas daquelas que a instituição acredita que podem ter um maior retorno econômico.”
“Porque quando uma companhia tem acesso a esses patrimônios genéticos que estão associados aos conhecimentos tradicionais, se colocam as logomarcas das companhias, deixando de reconhecer esses conhecimentos ancestrais”, afirma em entrevista à Sputnik Brasil.
“Como está patenteado com uma logomarca, dificilmente esses conhecedores, detentores dos conhecimentos, vão ter acesso livre novamente sobre esses conhecimentos.”
“Os detentores desses conhecimentos precisam participar diretamente, não só em repasse dos conhecimentos, […] se há um interesse das multinacionais, os povos também têm que participar de forma diretamente, não por terceiros, não por meio só do Ministério do Meio Ambiente, não só pelas universidades, mas têm que também participar diretamente na repartição dos benefícios”, afirma o cacique.
Biocolonialismo associado à apropriação pelo Norte Global
“O TRIPS vem com uma força enorme para o processo de patenteamento, a partir de uma pressão dos países do Norte Global. As grandes empresas do Norte Global foram as grandes influenciadoras para que o TRIPS acontecesse.”
Como o Brasil combate a biopirataria?

Fonte: sputniknewsbrasil