Há 30 anos, a Equipe de Citros do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, iniciava a divulgação de informações a respeito do mercado de cítricos (laranjas, tangerina e lima ácida tahiti). Nestas últimas três décadas, a Equipe acompanhou de perto as mudanças e os avanços verificados na citricultura nacional, aspectos abordados na edição especial deste mês da revista Hortifruti Brasil.
Segundo pesquisadores da Equipe, até os anos 2010, a citricultura era marcada por ciclos de alta e baixa de preços, tendo como influência a oferta e a demanda externas de suco. Em 2012, os preços registraram o menor patamar desses 30 anos, inviabilizando, por exemplo, um modelo de produção de escala de pequeno porte, sobretudo o voltado ao setor exportador. A partir de 2016, inicia-se um novo ciclo, menos marcado por movimentos de ajustes de oferta e demanda e mais por incertezas na oferta global, diante da forte evolução do HLB (greening) na Flórida e em São Paulo.
E a comemoração dessas três décadas de acompanhamento do mercado citrícola nacional acontece justamente em uma época muito favorável ao produtor: os preços de negociação da laranja são recordes, ao passo que os valores de importantes insumos caíram, cenário que pode favorecer a rentabilidade na safra 2024/25.
Ainda nesta edição, a Equipe da revista Hortifruti Brasil atualizou os custos de produção da laranja de dois modelos de fazenda no estado de São Paulo, e é notável que o cenário de 2024/25 deve favorecer a citricultura a retomar seus investimentos em pomares. No entanto, as incertezas sobre o futuro da produção, por conta do HLB e do desabastecimento de suco no mercado global diante da menor produção, ainda permanecem.
Fonte: noticiasagricolas