Russos já saquearam e destruíram mais de 500 igrejas na Ucrânia, diz relatório


Um relatório elaborado no último ano pelo Instituto de Liberdade Religiosa (Institute for Religious Freedom, da sigla em inglês), sediado em Kiev, revelou que as tropas russas já danificaram, saquearam e destruíram cerca de 500 edifícios religiosos, instituições teológicas e locais sagrados na Ucrânia desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.

O reitor do Instituto Cristão Tavriski, com sede em Kherson, um dos locais atacados pelos militares de Moscou, afirmou que cristãos ucranianos foram ameaçados repetidamente e classificados como “espiões americanos”, “sectários” e “inimigos do povo ortodoxo russo”.

Um dos prédios pertencentes ao grupo evangélico, que funcionava como um seminário, foi tomado pelas forças russas e transformado em uma espécie de “quartel-general” dos invasores. De acordo com Siniy, eles saquearam e depois destruíram o espaço.

O relatório cita a exposição de um funcionário do instituto que recebeu esse tipo de ameaça da parte inimiga. “Um oficial russo disse a um funcionário do nosso instituto que crentes evangélicos como ele deveriam ser completamente destruídos e um simples tiroteio seria muito fácil para resolver essa questão”.

Foram listados no documento pelo menos 170 espaços vinculados a igrejas evangélicas que foram danificados desde 2022, incluindo mais de 70 igrejas pentecostais, 49 igrejas batistas, 24 igrejas adventistas e 22 de outras denominações. Entre os cristãos ortodoxos, que representam cerca de 80% da categoria na Ucrânia, foram contabilizados ao menos 143 edifícios danificados pertencentes à Igreja Ortodoxa Ucraniana (Orthodox Church of Ukraine, na sigla em inglês), que já foi associada à Igreja Ortodoxa Russa (ROC), e 34 pertencentes à Igreja Ortodoxa Independente.

Em um levantamento feito pela própria Igreja Ortodoxa da Ucrânia, foram registrados 300 ataques das tropas russas que deixaram danos físicos às construções, incluindo 75 destruições.

A IRF também registrou danos em 94 locais religiosos de Testemunhas de Jeová, 29 da Igreja Católica, 12 judaicos, 8 muçulmanos e 4 mórmons. Segundo o diretor executivo do instituto, Maksym Vasin, a destruição de locais religiosos é muitas vezes intencional e acontece em conjunto com ataques a crentes e lideranças religiosas.

O instituto documentou ataques com mísseis direcionados, vandalismo e saques de edifícios vinculados a igrejas. Líderes religiosos também denunciaram uma série de episódios em que bíblias, livros e folhetos em língua ucraniana foram queimados pelos invasores russos.

Fonte: gazetadopovo

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