A Polícia Civil iniciou, nesta quarta-feira (27/3), o processo de entrevista das adolescentes suspeitas de envolvimento na agressão a uma estudante de 15 anos em uma escola estadual em Glicério, interior de São Paulo. A família da vítima, que ficou parcialmente despojada durante o incidente, alega que a adolescente tem questões neurológicas e foi diagnosticada com autismo.
O delegado encarregado do caso, Guilherme Melchior Valera, declarou em uma entrevista que a investigação seguirá após o primeiro depoimento de uma das alunas suspeitas de participar da agressão, marcado para hoje. Segundo ele, o incidente foi registrado como “ato infracional semelhante à lesão corporal”.
O delegado também mencionou que os depoimentos serão encaminhados ao Ministério Público (MPSP) e ao juiz da Infância e Juventude. Além disso, revelou que casos de agressão são frequentes na escola, embora nenhum boletim de ocorrência tenha sido registrado anteriormente.
A agressão ocorreu na última terça-feira (26/3), na Escola Estadual Maria Mathilde Castein Castilho, situada em Glicério, uma cidade com pouco mais de 4 mil habitantes no interior de São Paulo. Conforme mostrado pelas câmeras de segurança, a vítima foi arrastada pelos cabelos ao longo do corredor. Momentos antes, ela estava conversando com as suspeitas.
A filmagem revela que o conflito durou cerca de dois minutos e terminou quando funcionários da escola intervieram. Durante a briga, a vítima teve sua blusa arrancada, ficando parcialmente despojada dentro da quadra da escola. Vários alunos que estavam presentes testemunharam o incidente.
A mãe da adolescente, Marcia Rocha, testemunhou parte da agressão ao buscar sua filha. Ela expressou sua dor: “Eu vi tudo e não pude salvar minha filha. Dói”. Marcia também mencionou que sua filha é frequentemente vítima de bullying e está em tratamento neurológico.
Após o incidente, as aulas foram suspensas e os pais foram buscar seus filhos mais cedo na escola. A Polícia Militar foi chamada para registrar o ocorrido. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) registrou o caso como ato infracional de lesão corporal na Delegacia de Glicério.
A Secretaria de Estado da Educação afirmou, em nota, que “assim que identificado o incidente durante o intervalo, três funcionárias que monitoravam a movimentação dos alunos intervieram no conflito”. A secretaria também informou que a vítima tem uma consulta agendada com um profissional do programa Psicológicos nas Escolas.
Além disso, a Ronda Escolar e o Conselho Tutelar foram contatados, conforme comunicado da secretaria. A Diretoria de Ensino de Birigui designou um supervisor para investigar a conduta dos funcionários envolvidos no caso.
Fonte: gazetabrasil