Preços industriais apresentam queda de 3,07% em maio, ante abril


Pelo quarto mês seguido, os preços da indústria apuraram queda, como em maio, em que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 3,07% ante o mês anterior. Com esse resultado, o indicador industrial acumula redução de 9,20% em 12 meses (maior retração da série histórica) e de -4,04% no ano (menor variação já registrada para o mês de maio da série, desde 2014). As informações foram divulgadas, nesta sexta-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como reflexo, no mês passado, 20 das 24 atividades industriais pesquisadas tiveram variação negativa de preços, ante abril, que apresentou apenas 13 atividades em trajetória descendente. Entre as maiores influências negativas do IPP de maio, o destaque coube ao refino de petróleo e biocombustíveis (-1,16 ponto percentual – p.p); outros produtos químicos (-0,47 p.p.); indústrias extrativas (-0,47 p.p.) e alimentos (-0,42 p.p.). Já as variações mais expressivas vieram de refino de petróleo e biocombustíveis (-10,47%), indústrias extrativas (-9,32%), outros produtos químicos (-5,78%) e papel e celulose (-5,51%).

De acordo com o analista do IPP, Alexandre Brandão, “nos últimos cinco meses, vemos uma crescente valorização do real em relação ao dólar. Isso faz com que ocorra uma diminuição dos preços na moeda brasileira, uma das razões que explicam o maior número de atividades com redução de preços. Os setores exportadores, naturalmente, são os mais afetados”.

Coube à atividade de refino de petróleo e biocombustíveis o maior impacto do índice do mês (sexto resultado negativo consecutivo e o maior desde abril de 2020), com redução de 20,61%, em decorrência da redução do preço do óleo diesel, com maior peso na atividade. De acordo com Brandão, “há uma ligação direta entre a queda de preço do óleo bruto de petróleo, observada não só no Brasil como no mundo todo, e os produtos de refino. A maior oferta atual de petróleo provoca uma redução de preço”.

Os preços da atividade ‘outros produtos químicos’, por sua vez, segunda maior influência no índice de maio – queda de 5,78% para abril – vem registrando trajetória deflacionária desde julho de 2022. Sobre a influência da nafta na atividade ‘produtos derivados do petróleo’, o analista acentua que “muitos produtos são derivados da nafta, cujo preço está em queda no mercado mundial” e que “no caso dos fertilizantes, após a reabertura do porto da Ucrânia, com o final da safra de soja no Brasil, tem havido uma demanda menor pelo produto”.

No que se refere às indústrias extrativas, estas registraram, pela primeira vez no ano, variação negativa de preços (-9,32%), com o acumulado do ano, que atingiu 15,59% em abril, baixou para 4,82% no mês passado. “A China dita o ritmo do mercado de minério de ferro. Com a diminuição da demanda por lá, houve impacto direto aqui e no resto do mundo”, avalia Brandão.

Em contraponto, bebidas e veículos automotores exibiram avanço de preços. “A alta dos preços de veículos, a 35ª seguida, é algo que já vem acontecendo ao longo do tempo. No entanto, aumentos têm sido em níveis menores do que aqueles observados um ano atrás, por exemplo”, finaliza o analista do IPP.

Por categorias econômicas, o desempenho em maio (no comparativo mensal) foi o seguinte: bens de capital (-0,75%); bens intermediários (-4,51%); bens de consumo (-1,32%); bens de consumo duráveis (+0,20%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-1,61%). Nas categorias citadas, a principal influência foi exercida pelos bens intermediários, com peso de 55,5% no índice geral.

Fonte: capitalist

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