Vice-chanceler russo: presença da França na cúpula do BRICS é inadequada; é país hostil à Rússia


Ryabkov comentou assim o desejo do presidente francês Emmanuel Macron de participar da reunião dos chefes de Estado do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na África do Sul em agosto.

“Claro que os líderes de um Estado que segue uma política tão hostil e inaceitável para nós, tão acentuada e convencida de que a Rússia deve ser isolada internacionalmente, compartilham a linha comum da OTAN para nos infligir a chamada derrota estratégica – tal líder é inadequado como convidado do BRICS”, disse Ryabkov aos repórteres.

Ao mesmo tempo, o vice-ministro afirmou que “cabe ao anfitrião determinar” quem será convidado à cúpula, mas especificou que, antes disso, tem que se consultar com todos os participantes do BRICS.
O presidente francês Emmanuel Macron (D) e o chefe francês do Estado-Maior da Defesa, general Thierry Burkhard, participam de uma cerimônia que marca o 83º aniversário do chamado de resistência do falecido general francês Charles de Gaulle à Segunda Guerra Mundial, em 18 de junho de 1940, no memorial de Mont-Valerien em Suresnes, nos arredores de Paris, 18 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 19.06.2023

“Não estamos escondendo essa nossa abordagem, já falamos sobre isso aos nossos colegas da África do Sul. Esperamos que nosso ponto de vista seja totalmente aceito”, acrescentou Ryabkov.
Ele lembrou que, neste momento, os critérios para a expansão do BRICS estão sendo discutidos, e “os candidatos a ingressar na associação devem necessariamente aderir a uma política que exclua o uso de sanções unilaterais contra qualquer um dos membros da associação”.

Hoje em dia, o BRICS reúne o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Vários outros países pretendem se juntar ao bloco econômico, inclusive a Argentina, o Irã e, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores russo, a Indonésia, a Turquia, a Arábia Saudita e o Egito.

“Está claro que segundo esse critério, embora o debate sobre os critérios esteja em andamento, a França não está de forma alguma em conformidade. Ela segue a linha oposta”, acrescentou Ryabkov.

Encontro de negócios do BRICS durante cúpula dos líderes em Brasília, em 12 de novembro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 20.06.2023

O Ocidente aumentou as sanções sobre a Rússia após o início da operação militar russa na Ucrânia, com muitas empresas europeias se retirando do país. A União Europeia, de que a França faz parte, já impôs dez pacotes de sanções contra Moscou desde fevereiro de 2022.
A Rússia declarou repetidamente que o país está lidando com a pressão das sanções impostas pelo Ocidente há vários anos.
O presidente russo Vladimir Putin apontou que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente, mas as sanções infligiram um sério golpe a toda a economia global. Segundo ele, o principal objetivo do Ocidente é piorar a vida de milhões de pessoas.
Nesta foto de folheto fornecida pela agência anfitriã de fotos RIA Novosti, o presidente russo Vladimir Putin, centro de fundo, participa de uma reunião com uma delegação de líderes africanos e altos funcionários em São Petersburgo, Rússia, 17 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 20.06.2023

Fonte: sputniknewsbrasil

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