Desinformação e preconceito desafiam atendimento psicológico


Desinformação e o preconceito são dois grandes problemas enfrentados pela psicologia na atualidade. Esse é o apontamento de Helen Santana, psicóloga e supervisora do Serviço de Psicologia Aplicada, unidade vinculada ao curso de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no Câmpus de Cuiabá.

A psicóloga afirma ainda que os problemas e preconceitos enfrentados pela área influenciam negativamente sobre pessoas que sofrem alguma vulnerabilidade, criando um paralelo com a história, quando os problemas relacionados à saúde mental eram associados com fraqueza ou falta de religiosidade. 

“Por muito tempo as questões de saúde mental foram relacionadas ou associadas com fraqueza, com questões de falta de religiosidade, falta de Deus ”, conta. “No entanto, os avanços da ciência, principalmente na medicina e na filosofia foram fundamentais para compreender estes novos fenômenos da psicologia”, prossegue.

“Ainda hoje há esse ranço e essa associação de que quem tem questões associadas à saúde mental ou é louco ou é disfuncional. Tem também todo um machismo estrutural que vai delimitar que quem cuida ou procura cuidados de saúde é frágil, fraco, não é potente o suficiente” continua.

Helen Santana indica que um dos grandes desafios da psicologia atual é a questão do preconceito e da desvalorização do trabalho dos psicólogos justamente devido a desinformação, e que tais fenômenos dão espaço para o surgimento de soluções simples, alternativas ou milagrosas. “A gente até brinca, que antes de a pessoa chegar até o psicólogo ela já passou pela igreja, pela constelação, já fez várias coisas até chegar aqui” afirma.

A supervisora do SPA reforça a orientação para que as pessoas que passem por algum momento de vulnerabilidade emocional procurem ajuda de um profissional qualificado. “Tem questões muito mais profundas e íntimas da pessoa, que quando começamos a trabalhar é essencial que tenhamos cuidado. Justamente a falta de conhecimento para esse tipo de caso pode acabar mais prejudicando do que ajudando no processo” finaliza.

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Fonte: ufmt

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