“Não fomos eleitos, nenhum de nós, para sermos carimbadores, para carimbar. Não é isso que o povo brasileiro espera de nós. O orçamento da União pertence a todos e todas, e não apenas ao Executivo, porque se assim fosse, a Constituição não determinaria a necessária participação do Poder Legislativo em sua confecção e final aprovação”, afirmou Lira.
🎙️ Com um ano eleitoral em curso, a distribuição de emendas parlamentares pode ser uma questão decisiva nesse momento. No episódio de hoje, o deputado federal @BohnGass participa da conversa e esclarece pontos importantes do assunto.
Não deixe de acompanhar o episódio inédito. pic.twitter.com/DSVpyyfbfM— Jabuticaba Sem Caroço (@jabuticabasc) February 27, 2024
Como administrar os recursos de emendas parlamentares?
🫐 Na pauta do episódio de hoje, vamos discutir a distribuição de emendas parlamentares em ano de eleição. Conversamos com Gustavo Sampaio, professor de direito constitucional na @uff_br; e @BohnGass, deputado federal @ptbrasil /RS. Ouça agora!https://t.co/n0tI46NMQc
— Jabuticaba Sem Caroço (@jabuticabasc) February 27, 2024
“Mas no momento em que o parlamentar indica de forma fragmentada o recurso para alguma área, isso prejudica diretamente os programas estruturais do governo, da educação, da saúde. Por isso que nós tivemos uma destruição praticamente do SUS, porque não tinha dinheiro para o SUS e [o montante para o SUS] era contabilizado como recurso que o parlamentar ajudava aqui e acolá”, diz o deputado.
Ano eleitoral pode influenciar na aplicação de recursos?
“Vamos imaginar um cenário, vamos ser bem pedagógicos, está certo? O parlamentar tem um recurso para alocar a algum lugar. Qual você imagina que seja o principal critério do regime parlamentar para colocar o dinheiro? Porque falta dinheiro na educação, na saúde, na agricultura, na ciência social, no estado dele inteiro. Mas por que ele coloca só onde ele faz voto? Então o critério principal, além da distorção que eu já coloquei, que não cabe ao Parlamento, não estamos no regime parlamentarista, estamos no regime presidencialista — já foi plebiscitado, inclusive o povo votou assim. Essa é a democracia que tem que ser respeitada. Aqui eu estou falando de um outro elemento, do critério. Então qual passa a ser o principal critério quando o deputado aloca um recurso a um local?”
“Cada deputado agora vai inventar o seu jeito, cada senador vai inventar o seu jeito. Uns fazem por edital, outros fazem por reuniões, outros não fazem consultando ninguém; cada um faz do seu jeito. Agora você imagina se tem 513 deputados com abertura de 513 editais para as emendas fatiadas para cada parlamentar. Qual é a conclusão objetiva, estruturante que isso vai dar para o país?”, argumenta o deputado.
“Então teve mensagem de todos os Poderes. A mensagem do Parlamento é sobre a cobrança em relação ao envio sobre as emendas.”
É possível zerar o déficit nas contas públicas?
“O que é um conceito fiscalista? ‘Ah, tem que equilibrar as contas’, como se o governo fosse uma empresa. Qual é a notícia boa de uma empresa no final do ano, quando ela lança o seu balanço? Empresa tal teve tanto lucro. Isso é uma empresa. Qual é a notícia do estado, uma prefeitura de um governo? Teve tanto lucro? Não. Teve menos gente morrendo, teve mais gente comendo, o índice de mortalidade diminuiu, o índice de desemprego diminuiu, o índice de crescimento econômico foi isso, derrubamos menos mata na Amazônia, vai interferir menos no clima. Esse é o balanço de um governo. Portanto órgão público é uma coisa, empresa é outra coisa”, explica o deputado.
“Então esse é um outro debate que é profundo, eu estou sinalizando ele para a gente fazê-lo com toda a necessidade que exige, porque nós queremos equilíbrio fiscal e social. E essa talvez seja a diferença muito com os que são os liberais fiscalistas. Eles só querem equilíbrio fiscal”, conclui o deputado.
Fonte: sputniknewsbrasil