Teste: Jeep Commander Blackhawk é para famílias grandes e apressadas


O relógio desperta. São 6h, mas as crianças insistem em ficar na cama. Já atrasados, os pais insistem, afinal, a aula começa logo e ainda é preciso tomar banho e café da manhã. No fim, tudo se ajeita. O dilema de várias famílias que passam por situações como essa diariamente pode estar com os dias contados. Afinal, o Jeep Commander, SUV de 7 lugares escolhido por muitos pais acaba de receber o motor 2.0 turbo da família Hurricane e vigorar entre os mais rápidos do segmento.

O Commander com o 2.0 Hurricane está disponível nas versões Overland (R$ 308.290) e na inédita Blackhawk (R$ 321.290). Veja aqui todos os preços. É o mesmo propulsor já usado nos Jeep Compass e Wrangler e na Ram Rampage. Até aí, motores 2.0 são comuns na indústria. A diferença é que esse entrega 272 cv de potência e 40,8 kgfm de torque. Ainda não ficou surpreso?

Pois saiba que o Commander 2.0 turbo é capaz de ir de 0 a 100 km/h em 7 segundos cravados e alcançar 220 km/h de velocidade máxima. Para ter uma ideia, esse é só 0,3 s a mais que a aceleração de um Volkswagen Jetta GLI, um sedã esportivo. É também praticamente 3 segundos mais rápido que o mesmo veículo dotado do motor 1.3 turbo.

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A tração é sempre 4×4 com seletor de terrenos e o câmbio, automático de nove marchas, uma evolução e tanto na comparação com a caixa de seis marchas que é usada nas versões com motor 1.3. A transmissão consegue decidir sempre pela melhor marcha naquela situação. Alterações das condições são seguidas rigorosamente por trocas (sejam elas para cima ou para baixo). O único pecado é não existir um modo Sport para deixar o conjunto mecânico ainda mais afiado.

Se os pais dos coleguinhas não notarem que o SUV da Jeep começou a chegar mais cedo na escola, poderão perceber algumas diferenças no visual. Começando pela traseira (que é como o Commander 2.0 turbo provavelmente será visto com maior frequência), há saídas duplas no escape — uma de cada lado. Há ainda um badge alusivo à versão: Overland ou Blackhawk,esta última presente pela primeira vez no modelo.

As crianças ainda poderão contar aos amigos de classe que o carro dos pais tem rodas de 19 polegadas com desenho novo e pinças de freio vermelhas, no caso da opção Blackhawk. Menos perceptível é a nova grade dianteira, que tem as sete fendas características da Jeep com menor inclinação na parte superior. A parte interna das barras trocou o padrão de colmeia por faixas horizontais.

Depois de deixar as crianças na escola torcendo para não ter tomado nenhuma multa por excesso de velocidade, a mãe ou o pai que seguir com o SUV para o trabalho poderá explorar a maior novidade tecnológica do Commander. Agora, o pacote de condução semiautônoma tem centralizador de faixa e sensor que detecta se as mãos estão no volante. É um avanço no impreciso sistema de manutenção de faixa que a Jeep já oferecia e deixava o carro “sambando” entre as faixas. Para ativar o recurso, é preciso acionar o controlador de velocidade adaptativo e ajustar a distância para o veículo da frente.

O ícone do volante no quadro de instrumentos aparecerá na cor verde, bem como duas finas faixas da mesma cor nas extremidades da tela de 10 polegadas. Pronto, agora o SUV vai se manter dentro da faixa. No test-drive de 180 km que fizemos em rodovias uruguaias na região de Punta del Este, o sistema se mostrou bem ajustado, inclusive realizando curvas de maior raio.

Se o motorista tirar as mãos do volante, um alerta de cor amarela será exibido alguns segundos depois. Persistindo, o sinal visual fica vermelho e vem acompanhado de um bipe. Ainda assim, se o motorista não colocar de volta as mãos no volante, o veículo entende que o motorista pode ter dormido. Então, aplica uma repentina e breve pressão nos freios para chamar atenção.

Como a principal novidade é o motor turbo, decidi desligar o sistema e explorar as capacidades dos SUVs. Se no Compass a aceleração impressiona, mas a direção não agrada tanto, o Commander se revela um excelente companheiro para viagens. Mais comprido, alto e com entre-eixos 15 cm mais longo, tinha certeza que o SUV de 7 lugares não me daria tanto prazer ao dirigir como o modelo menor. Me enganei.

Para minha surpresa, a suspensão recalibrada com molas e amortecedores mais duros deu vida nova ao Commander, que sempre sofreu com motorizações subdimensionadas para seu porte. Com mais segurança para fazer mudanças súbitas de direção, confesso que abusei no curto trecho de terra. O grandalhão de 1.886 kg parece que está sempre convidando o motorista para acelerar mais e contornar curvas de forma esportiva. Quando olhei para o velocímetro, estava a 90 km/h em uma estrada de terra (muito bem conservada, é verdade). Tirem as crianças do carro!

Precisando frear, Compass e Commander agora têm discos maiores, passando de 305 mm para 330 mm. As pinças também foram substituídas em nome de uma maior eficiência. Assim que a Jeep liberar o SUV para teste, poderemos avaliar se o desempenho melhorou efetivamente.

Com desempenho tão bom, seria esperado que o consumo piorasse, certo? Em termos. Movido apenas a gasolina (mas na fila para virar flex), o Commander 2.0 turbo foi homologado no Inmetro com 8,2 km/l na cidade, média igual ao SUV com motor 1.3 turbo. Na estrada, nem mesmo o câmbio automático de nove marchas (contra seis na opção menos potente) ajudou a alcançar números melhores.

Ainda que o motor trabalhe mais relaxado e possa aproveitar mais marchas, o ponteiro não passa de 10,2 km/l, contra 11,4 km/l da versão 1.3. Se sair de casa atrasado, pode apostar que esse número será ainda pior.

Para a segurança de todos, o Commander Blackhawk, versão mais completa da linha oferece airbags laterais, de cortina e de joelho para o motorista e o pacote ADAS com frenagem automática de emergência, alertas de objeto no ponto cego e de saída de faixa e controlador de velocidade adaptativo. Quem vai à frente não poderá reclamar se o parceiro tiver opinião diferente em relação ao ar-condicionado.

O aparelho do SUV é de duas zonas. Há saídas na segunda fileira, mas quem ocupa os dois bancos da terceira fila pode acabar passando calor, já que o vento sofre para chegar ali. O espaço também é limitado. Assim, é aconselhável que apenas crianças ocupem o compartimento. E já que estamos falando do espaço interno, nessa configuração, o Commander acomoda razoáveis 233 litros. O volume salta para 661 litros quando os bancos estão recolhidos e pode alcançar latifundiários 1.760 litros se apenas os assentos dianteiros estiverem funcionais.

A vida é bem mais cômoda na frente. Ali, os bancos têm ajustes elétricos. E se houver uma divisão entre quem leva os filhos na escola, a memória no assento do condutor pode evitar brigas se as posições de guiar forem muito diferentes. Completando o pacote, rodas de 19 polegadas, quadro de instrumentos digital de 10,25 polegadas, central multimídia de 10,1 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, teto solar panorâmico, bancos que mesclam couro e suede e design escurecido, este último exclusivo da versão Blackhawk.

Convenhamos que o pacote de equipamentos nunca foi o problema do Commander. Faltava vida ao SUV com as motorizações oferecidas pela Jeep até então. E elas serão mantidas, para quem deseja um modelo de 7 lugares com preço menos elevado ou faz questão de ter um carro a diesel (essa opção ficou restrita a uma única versão). Para aqueles que viram a família crescer, mas não querem abrir mão do desempenho ou de uma direção mais dinâmica, o Commander certamente suprirá essas necessidades.

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Fonte: direitonews

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