Sua empresa tem problemas na área de operações? Eles apostam em startups para resolver isso


Um dos principais polos de inovação no interior paulista, Campinas sedia nesta quarta-feira, 16, a quarta edição do Techstart Summit.

Na linha de eventos de inovação como o WebSummit, em Lisboa, e o South Summit, em Madri, o Techstart tem a vocaçã de aproximar startups a investidores dispostos a aportar recursos ou, então, empresas de maior porte interessada na cabeça cheia de ideias de ‘startapeiros’ para resolver dores das organizações.

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O que é a Aveso

O evento é organizado pela VentureHub, um misto de aceleradora de startups e fomentadora de inovação aberta em grandes empresas, no Expo Dom Pedro, centro de exposições na cidade.

Uma das atrações do evento será o nascimento de um novo fundo para startups — uma palestra será dedicada à novidade.

Chamado Aveso (passarinho em espanhol) o fundo quer colaborar para a expansão de startups com produtos e serviços voltados para uma das áreas mais encalacradas das empresas: a de operações.

Por ela, passa um volume crescente de demandas — como tirar novas frentes de negócios do papel, de que forma criar estratégias para atrair e reter clientes, quais métricas acompanhar para um crescimento sustentável do negócio, e por aí vai.

“Essa é uma área crucial para o sucesso dos negócios”, diz Antonio Grandini, um dos sócios-fundadores da Aveso. “Empresas em busca da transformação digital precisam ter um cuidado especial para a área de operações — e há poucas startups preparadas para falar com esse tipo de cliente.”

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Quem são os fundadores

A escolha pela área de operações vem da experiência dos sócios-fundadores, boa parte deles executivos com décadas de experiência na gestão de projetos em grandes empresas como Unilever e IBM.

Os sócios-fundadores e algumas das grandes corporações por onde eles passaram:

  • Adriana Chaves: Grupo Cia de Talentos, Unilever e IBM
  • Antonio Grandini: Patria Investimentos, L’Oréal, Jequiti, Beiersdorf
  • Bruno Pina: Distrito, AstraZeneca, McKinsey & Company, Capgemini, IBM
  • Paulo Roberto Bertaglia: Ibmec, Oracle, HP, Unilever
  • Vinícius Serrano: Embraer, Schlumberger

A proposta dos sócios da Aveso é a de investir em startups capazes de resolver dores das grandes organizações.

Para isso, terão o capital da Tompkins Ventures, fundo de venture capital com sede em Raleigh, na Carolina do Norte (Estados Unidos) e com perfil semelhante a dos sócios da Aveso — profissionais com muita experiência em processos em grandes organizações.

Coube a Serrano, partner para América do Sul da Tompkins, fazer a ponte entre os americanos e o grupo de sócios da Aveso.

Qual é o público-alvo

Os sócios miram aportes pré-Série A, com cheques entre 300.000 reais e 1,5 milhão de reais, diz Pina, em troca de equity e mentoria dos empreendedores.

“A ideia é usar a nossa experiência dentro das empresas para ajudar as startups a falarem a língua das grandes organizações”, diz Pina.

Em dois anos, a ambição é ter entre 10 e 15 startups investidas e ver as soluções delas sendo adotadas por grandes clientes.

“Vamos utilizar nossa experiência, metodologias e rede de contatos para apoiá-las”, diz Bertaglia.

No radar inicial da Aveso estão negócios com soluções digitais para dar eficiência à logística das empresas — chamadas de ‘logtechs’. 

O novo fundo vem num momento de baixa nos investimentos em startups.

De janeiro a outubro, foram investidos 4,1 bilhões de dólares em empresas de base tecnológica no Brasil, metade do volume do mesmo período do ano passado, segundo dados da Distrito.

Como consequência, valuations em baixa, aportes mais modestos e ondas de demissão em massa em startups viraram notícia frequente ao longo de 2022.

“Entendemos que a nossa tese mitiga os efeitos negativos deste cenário, uma vez que temos entregas robustas para os três principais interlocutores em uma jornada de inovação: a startup, o investidor e a empresa”, diz Pina.

Uma das apostas da Aveso para mitigar riscos é um olhar atento à governança das startups — um dos pilares da agenda ESG.

“Não faz sentido um retorno que não seja sustentável e não esteja alinhado com as expectativas de governança de mercado”, diz Chaves.

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