St Marche em Santos: a estratégia de expansão para faturar R$ 1,3 bilhão em 2023


A rede de supermercados St Marche inaugura sua primeira unidade no litoral paulista nesta quarta-feria, 31. Além de padaria artesanal, frutas e legumes selecionados e açougue com cortes frescos, a nova loja em Santos vai oferecer cadeiras de praia, caixa térmica, sorvetes locais e chinelos da Havaianas — itens que normalmente não são encontrados no portfólio da rede.

“Nós conversamos com consumidores do litoral para entender suas necessidades e nos adaptar ao mercado local. Pesquisamos quais produtos faltam e o que não pode deixar de ter”, diz o CEO Bernardo Ouro Preto. A estratégia de expansão da companhia inclui operar lojas em um raio de 100 km da cidade de São Paulo.

A primeira loja St Marche foi inaugurada em 2002 no Morumbi, bairro da zona sul paulistana, pelos executivos Leal Jr. e Bernardo Ouro Preto. Hoje, a rede conta com 30 supermercados e duas unidades gourmet do Empório Santa Maria, marca adquirida em 2007 e que representa 10% das vendas do grupo.

No último ano, a companhia alcançou a marca de R$ 1 bilhão em vendas brutas, com vendas em mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) aumentando 35% em dois anos. Para este ano a expectativa é crescer 15% e chegar a R$ 1,3 bilhão.

O primeiro bilhão foi acompanhado da rápida abertura de novas lojas nos últimos anos. Em 2019, o grupo contava com 20 mercados e faturamento de R$ 720 milhões. “Em 2020 nós começamos a pisar no acelerador. Nos últimos 22 meses nós inauguramos 11 lojas, uma nova loja foi aberta a cada dois meses. Queremos terminar o ano com 33 unidades”, diz Ouro Preto. Em três anos, a meta é se aproximar das 50 unidades.

Relatório do Credit Suisse divulgado no final do ano passado compara o St Marche com o Grupo Pão de Açúcar, um de seus principais concorrentes. A marca premium tem um dos maiores indicadores de satisfação do cliente do setor – NPS de 88 — , preços competitivos e maior produtividade.

“Em última análise, St Marche gera maior produtividade em suas lojas de R$ 60 mil/m² em comparação às unidades de R$ 24 mil/m² do GPA, com penetração digital de 8%-9% das vendas, amplamente em linha com o concorrente”, avaliam analistas.

Desafios

O maior desafio da companhia segundo Ouro Preto é a percepção de preço. Lojas limpas e organizadas com produtos de qualidade são comumente associadas pelos consumidores a preços maiores.

“A gente vende latinha de Coca-Cola no mesmo preço dos concorrentes. Os preços de mais de 3,5 mil itens são revisados diariamente. Nosso maior desafio é convencer o consumidor de que nós entregamos o melhor serviço e produto sem cobrar mais por isso”, diz o CEO.

Para validar a proposta de valor fora da zona sul, unidades foram abertas em Santana, no Tatuapé e agora em Santos — lugares onde não era esperado encontrar um mercado de alto padrão St Marche.

Outra mudança feita nos últimos anos foi o aumento do volume de itens disponíveis para compra. “Hoje temos carrinhos de compra como os hipermercados e temos uma oferta grande de itens básicos para a compra do mês.

Loja do St Marche na Avenida Braz Leme, zona norte de São Paulo

Loja do St Marche na Avenida Braz Leme, zona norte de São Paulo (St Marche/Divulgação)

IPO do St Marche?

O plano de entrar na bolsa segue vivo, apenas foi adiado. “Vamos nos estruturar e continuar crescendo para entrar quando a janela de oportunidade abrir de novo. Nós estamos prontos, mas não depende só da gente”, diz o CEO que destaca a alta taxa de juro como um fator impeditivo.

De acordo com o executivo, tudo indica que um cenário favorável deve se formar no final de 2024. “Estamos trabalhando para aumentar as vendas, a lucratividade, a satisfação de clientes e de nossos funcionários”.

Fonte: exame

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