EMANUEL BELMIRO
DA REDAÇÃO
A Comissão de Administração Pública da Câmara Municipal de São Paulo realizou na manhã deste sábado (29/4), no CEU Campo Limpo, zona sul da capital, a sua terceira Audiência Pública sobre o PL (Projeto de Lei) 127/2023, que trata da revisão do PDE (Plano Diretor Estratégico). O encontro foi promovido em atendimento ao requerimento de autoria da vereadora Jussara Basso (PSOL), que solicitou a realização do debate na região. A preservação e implantação de áreas verdes, além da mobilidade, foram as principais demandas apresentadas.
Representantes de associações, conselhos participativos e moradores presentes na Audiência Pública apresentaram reivindicações da região de Campo Limpo. Falando sobre mobilidade, o comerciante Hog Scarpellini, defendeu que a construção de um terminal de ônibus no Jardim Miriam – Distrito de Cidade Ademar, prevista no Decreto nº 62.221/2023, seja feita em outra parte do bairro. “Nós da avenida Cupecê lutamos contra a implantação de um terminal de ônibus na área, porque entendemos que ele pode nos prejudicar sacrificando empregos e moradias por lá e queremos que ele seja construído em outro local”, disse ele.
Moradora da Vila Andrade, a publicitária Rosângela Vieira, que veio representando o CADES (Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz) do Campo Limpo, usou o seu tempo de fala na audiência para cobrar mais espaços verdes. “Temos uma deficiência muito grande de áreas verdes aqui na região. Hoje nós temos apenas 5 parques e 80 praças que se for dividido pela população da área é insuficiente e a gente sabe da urgência das áreas verdes pra qualidade de vida numa cidade como São Paulo”, informou. Além disso, Rosângela destacou o ritmo lento da implantação de parques na cidade, desde a elaboração do Plano Diretor em 2014, a necessidade de inclusão do conceito de corredor verde no projeto da revisão e a criação de um cronograma de implantação de parques que estão previstos no Quadro 7.
Assim como Rosângela, Roberto Delmanto, do movimento SOS Panamby, reforçou o pedido pela ampliação e preservação do parque Burle Marx, que pertence ao Campo Limpo, e a inclusão da área também no Quadro 7. “É o último resquício de Mata Atlântica no rio Pinheiros. E ali há projetos para construção de mais de 20 torres, de 40, 50 andares, desmatando mais de 5 mil árvores e havia sido aprovado oito anos atrás. Nós temos que preservar aquilo lá. Nós, ampliando o Parque Burle Marx, vamos trazer o Campo Limpo para dentro do parque Burle Marx, porque bem na ponta da ponte João Dias já tem projeto para construir habitação social. Basta colocar no Quadro 7, é só isso que pedimos”, finalizou.
Aparecida Marrani é moradora de Campo Limpo. Ela se diz defensora do meio ambiente na região, mas acredita que o Poder Público deve, primeiro, dar mais atenção aos problemas sociais existentes no bairro. “Esta é uma região muito carente com famílias em vulnerabilidade social, então pra mim o primordial é cuidar das pessoas. Porque se existe o problema de desmatamento aqui hoje é porque lá atrás não se cuidou direito das pessoas”, afirmou.
E são justamente nas questões sociais que a revisão do Plano Diretor deve se concentrar nessa região da zona sul, segundo o vereador Isac Félix (PL). “Acho que principalmente em regiões carentes, como a de Campo Limpo, é importante, antes de mais nada, ter um cuidado maior com o social. Por isso, eu acho que aqui nós devemos estar mais preocupados com a construção de pessoas levando mais dignidade a elas”, ressaltou o parlamentar.
O presidente da Comissão de Administração Pública, vereador Gilson Barreto (PSDB), que esteve presente no debate avaliou que a questão ambiental é uma das que mais vem preocupando os moradores do Campo Limpo. “Eu percebi que grande parte da população aqui está preocupada com a questão ambiental, em defesa dos parques e das nascentes que na região. Por isso, temos que discutir em primeiro plano essa questão do meio ambiente aqui na área”, acrescentou Barreto.
A vereadora Ely Teruel (PODE) chamou a atenção para a importância da participação popular nas Audiências Públicas sobre a revisão do PDE. “Ás vezes nós chegamos com uma ideia sobre as necessidades daquela região, mas quando a população entra em contato conosco nos expõem outras demandas. Daí a importância de dar esse espaço para a população participar destas audiências”, comentou a vereadora.
Para a vereadora Jussara Basso (PSOL), que presidiu a Audiência, os dois principais problemas, observados a partir das falas de alguns participantes, giram em torno da mobilidade urbana e habitação. “Aqui existem congestionamentos massivos que afetam bastante o deslocamento das pessoas. Além disso, dentro do Plano Diretor também precisa prever, para esta área, a questão das regularizações fundiárias e a produção de moradia popular pra atender essa população”, afirmou ela.
Também presente no debate, o subprefeito de Campo Limpo, Alan do Amaral, ouviu as críticas e sugestões da população e garantiu que todas serão levadas em consideração para a revisão do Plano Diretor na área. “A determinação do prefeito Ricardo Nunes é para ouvirmos a população, levar essas reivindicações à Comissão que trata da revisão do Plano Diretor e que as mesmas sejam todas atendidas”, disse o subprefeito.
Hotsite da revisão do PDE
A Câmara Municipal de São Paulo disponibiliza um hotsite da revisão do Plano Diretor Estratégico. Nele, a população encontra informações do PDE, as notícias das Audiências Públicas realizadas, além das datas, horários e local das próximas discussões. No hotsite, as pessoas também podem contribuir com sugestões preenchendo um formulário digital.
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Crédito das fotos: André Bueno | REDE CÂMARA SP
Clique aqui e confira o álbum completo de fotos da audiência no Flickr da CMSP
Confira a íntegra da audiência da Comissão de Administração Pública no vídeo abaixo: