Entre janeiro e agosto de 2024, o mercado brasileiro registrou a venda de 108 mil veículos eletrificados. Desse total, foram quase 68 mil híbridos. Dentro desse grupo, o maior percentual corresponde a carros com tecnologia plug-in: 29.955 unidades ou 31,7%. As vendas dos outros tipos de híbridos somadas correspondem a 30,3%. Mas o que distingue um híbrido de um híbrido plug-in?
Vinicius Garritano, gerente de produto e preços da Volvo, explica que carro híbrido é aquele que integra a utilização do motor elétrico com o a combustão, sejam eles quais forem. Mas existem diferentes tipos de tecnologias.
No caso da Volvo, a marca trabalha apenas com os modelos do tipo plug-in. Mas existe um caso perfeito no mercado para mostrar essa diferença de híbridos: o Toyota RAV4. O SUV é vendido no Brasil tanto na versão híbrida plena SX, por R$ 350 mil, quanto na configuração híbrida plug-in XSE, que custa R$ 402 mil. E aqui já podemos ver a primeira diferença: preço.
Por contar com baterias de maior capacidade, motores elétricos mais potentes e todo o sistema de recarga por cabo, os híbridos plug-in tendem a ser mais caros. No caso do RAV4, a diferença é de R$ 50 mil, mas isso também inclui alguns equipamentos de conforto inclusos no XSE.
As duas versões do SUV têm o mesmo motor a combustão, porém com calibrações diferentes para queimar gasolina. O quatro cilindros 2.5 roda no ciclo Atkinson e gera 178 cv e 22,5 kgfm de torque no RAV4 híbrido. Já no híbrido plug-in o motor entrega 185 cv e 22,7 kgfm.
As duas configurações têm motor elétrico no eixo traseiro com a mesma potência, de 54 cv, e torque de 12,3 kgfm. Mas no SUV plug-in existe a portinhola para acessar conector e o inversor para transformar a energia da tomada e carregar as baterias.
Junto ao motor a combustão, no eixo dianteiro, o RAV4 XSE tem outro motor elétrico com 182 cv e torque de 27,5 kgfm. A versão híbrida também tem motor elétrico na mesma posição, mas com só 120 cv e 20,6 kgfm. O resultado são potências combinadas e desempenhos bem diferentes. A versão plug-in tem 306 cv e acelera de 0 a 100 km/h em 6 segundos, enquanto o híbrido comum tem 222 cv e faz de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos.
Seguindo com o exemplo do RAV4, fica claro que um híbrido plug-in tem a vantagem do desempenho principalmente porque tem mais força no motor elétrico. Por isso o XSE tem bateria maior com capacidade, de 18,1 kWh, o RAV4 híbrido tem só 1,6 kWh.
Isso ainda dá a vantagem da autonomia em modo exclusivamente elétrico de 55 km ao Toyota plug-in. Conectado a um wallbox com carregamento de 6,6 kWh, o XSE leva cerca de duas horas para carregar 100%. O Toyota híbrido só carrega as baterias aproveitando a energia do motor a combustão e a frenagem regenerativa.
No entanto, não é tudo rosas para os híbridos plug-in. Essa tecnologia agrega mais peso, por isso o RAV4 XSE pesa 1.950 kg (220 kg a mais que o SX). E, dependendo da configuração da plataforma, o sistema plug-in rouba espaço do porta-malas.
No Toyota RAV4 plug-in, o compartimento tem volume de 490 litros. Já a versão SX tem 580 litros. Outro caso recente de porta-malas “encolhido” pelo sistema plug-in é o do Mercedes-AMG C 63 S E Performance que tem só 280 litros de capacidade no bagageiro.
A conclusão é que híbridos plug-in são uma boa opção para quem possui a estrutura para carregar em casa ou no trabalho. Dessa maneira se aproveita a condução em modo 100% elétrico e toda a potência extra. Pois adotar a tecnologia plug-in não é sinônimo de menor consumo de combustível quando as baterias estão vazias.
Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, o RAV4 SX faz 17,1 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada. Número bem melhor que os 14 km/l no ciclo urbano e 12,9 km/l na rodovia do XSE. Com os modos elétricos do plug-in em ação, o RAV4 consegue 35 km/l na cidade e 30 km/l na estrada.
De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, existem propostas para facilitar a compra e instalação de pontos de recarga em residências, o que ajudaria ainda mais a adoção de híbridos plug-in. “Carros elétricos mais acessíveis com paridade com os a combustão estimulam mais e mais a instalação de carregadores residenciais”, explica Carlos Roma diretor técnico da ABVE.
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Fonte: direitonews