“Na ‘boca’ para privatização”. Assim definiu o estágio atual de entendimentos para a desestatização do Porto de Santos – que poderá ocorrer, ainda este ano – o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao fazer a ressalva, porém, de que a decisão final da iniciativa cabe ao governo federal.
Ao participar do evento XP Agro Conference, em São Paulo, Freitas acentuou que “questões ideológicas’ não podem afetar o debate em torno da concessão, ao fazer menção indireta à suposta posição contrária à alienação da concessão do porto paulista, por parte do Executivo.
Maior responsável pela ‘formatação da concessão’, quando ainda era ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, Freitas adiantou que o processo de privatização ‘já está pronto’, de modo a permitir que a autoridade portuária “vá à leilão”, ainda neste ano.
Embora a privatização do Porto de Santos já tenha obtido aval da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), o plenário da Corte de contas decidiu retomar o debate, somente após a posse do novo governo. De acordo com analistas, a venda da concessão poderá proporcionar investimentos da ordem de R$ 20 bilhões no setor.
Caso persista o impasse em torno da privatização do porto, isso poderá abrir um ‘gargalo’ de investimentos logísticos para o país, além de dificultar aportes direcionados a estradas e ferrovias, tendo em vista facilitar o acesso a portos.
“Meu trabalho agora é convencer o governo federal que precisa fazer a privatização do porto de Santos. Pode transformar a Baixada Santista e transformar o porto no maior hub de contêineres da América Latina. É um ótimo projeto. Vamos jogar esse projeto para baixo do tapete por uma questão ideológica?”, questionou o governador.
Ao mesmo tempo, Freitas disse ter recebido uma ‘sinalização positiva’ do presidente e deu ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, a respeito da questão. “Eles disseram que não são a favor em um primeiro momento, mas que não se oporiam a analisar a proposta. Estamos tentando mostrar para eles que podemos fazer história com essa concessão”, comentou.
Em contrapartida, o líder bandeirante manifestou sua oposição clara à proposta do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, no sentido de “fatiar” a concessão do porto. “Perde potência nos investimentos. Não faz sentido repassar os serviços separadamente, sendo que o ganho vem da concessão completa, é o que vai trazer o investimento”, disparou.
Fonte: capitalist