Pesquisa propõe aplicativo para análise de bovinos


Estudo proposto pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e demais instituições, objetiva desenvolver um aplicativo para pesagem de bovinos apenas por imagem. A partir de uma foto, a ferramenta permitirá ajustar a alimentação, níveis de medicamentos a serem administrados aos animais, apoiando muitos produtores que não possuem balança em suas propriedades.

Com o título “Desenvolvimento de ferramenta para a predição de peso corporal e características de carcaça de bovinos de corte pelo uso de medidas morfométricas  e visão computacional”, a pesquisa é uma das apoiadas pelo edital Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Sob  a coordenação do professor da UFMT, Joanis Tilemahos Zervoudakis, o pesquisador convidado do IFMT, Câmpus de São Vicente, Geovanne Ferreira Rebouças, conta que a  ideia da pesquisa será desenvolvida por equipe multidisciplinar e contribui para a chamada “pecuária 4.0”, que objetiva agregar inovação tecnológica para a área.

“Desde o mestrado pesquiso a avaliação morfométrica de bovinos de corte, que considera as formas do animal por metragens e cálculos matemáticos, porém adaptadas e redirecionadas para linha de uso de Zootecnia de precisão e Inteligência Artificial. Dessa vez iremos estudar  o desenvolvimento de aplicativo para pesagem de bovinos por imagem através de um aplicativo de celular e com a câmera do próprio aplicativo”, explica.

Geovanne Ferreira Rebouças, conta ainda que além do aplicativo, a pesquisa propõe outros objetivos. “Iremos refazer os estudos desenvolvidos no meu doutorado, que tratou da predição de características de carcaça e estimação de parâmetros genéticos de mensurações morfométricas em bovinos Nelore, para tentar, além de peso, predizer outras características de carcaça, como área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea, espessura de gordura na garupa ou na picanha e Acabamento. Dessa vez vamos incorporar novas medidas pós-abate, o que pode melhorar o modelo. Se conseguirmos predizer assim características de carcaça também possibilitaria ainda mais avanços na pecuária”, ressalta.

Proposta inédita para a agropecuária

O professor e pesquisador convidado explica que no Brasil já existe modelo que prediz peso por imagem, mas que é voltado para sistemas coletivos e em confinamento. “Esses modelos não estão disponíveis para um produtor comum, apenas com seu celular. Existe um aplicativo desenvolvido na Bélgica, mas não está disponível no Brasil, e ainda assim precisa acoplar uma câmera 3D no celular para funcionar. Nossa ideia é desenvolver um aplicativo que consiga pesar apenas com a câmera bidimensional convencional dos celulares que temos no mercado”, esclarece.

Geovanne Ferreira Rebouças aponta outros benefícios da pesquisa. “Com a  predição de características de carcaça por imagem, como estamos projetando e de forma acurada,  auxiliará bastante os programas de melhoramento a ampliar o banco de dados com essas informações. Com isso possibilita assim melhores meios de obter animais geneticamente superiores para essas características de forma mais ampla, além de servir de base aos produtores em suas propriedades para tomadas de decisão”, destaca acreditando que possa de fato impactar de fato a pecuária nacional principalmente.

O coordenador do projeto de pesquisa, Joanis Tilemahos Zervoudakis, fala da relevância do apoio institucional para essa ação. “Essa parceria une UFMT, IFMT e equipe multidisciplinar. O contexto se insere na aplicação dessa tecnologia que estamos propondo diretamente na ponta, na cadeia produtiva. Há de se considerar que Mato Grosso tem o maior rebanho de bovinos do Brasil, cerca de 31 milhões de cabeças. Sendo assim, a proposta ajuda o pecuarista em estratégias de manejo nutricional para consequentemente ter carne de melhor qualidade”, ressalta.

Atuam na equipe multidisciplinar a professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Adriana Santana do Carmo e a professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Marina Bonin.  O projeto terá duração de 24 meses de experimento, com previsão de coleta de informações em propriedades de bovinos de corte. As atividades  tem previsão de início a partir de abril deste ano.

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Fonte: ufmt

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