O Ministério das Relações Exteriores chinês disse hoje (4) que a diplomacia sobre mudanças climáticas entre Pequim e Washington não pode ser separada das tensões políticas mais amplas entre os dois lados.
“A China e os Estados Unidos desenvolveram anteriormente uma boa cooperação na área de mudança climática, trabalhando juntos para que o Acordo de Paris fosse alcançado e posto em vigor. Ao mesmo tempo, a cooperação climática China-EUA não pode ser separada do amplo clima de laços bilaterais”, disse o comunicado da pasta citado pela Reuters.
O MRE também lembrou a viagem da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan em agosto, dizendo que a ação foi “grave violação da soberania chinesa” e deixou a China sem escolha a “não ser suspender as negociações“, segundo a mídia.
“O lado dos Estados Unidos deve assumir a responsabilidade por isso”, reiterou a nota da pasta chinesa.
O comunicado ainda diz que Pequim não suspendeu a cooperação com outros países e continuará apoiando o processo multilateral de negociação climática, complementando a China está “disposta a se comunicar e coordenar com todas as partes” para garantir o sucesso da COP27.
Quase 200 países estão prestes a se reunir em Sharm El-Sheikh, no Egito, do dia 6 até o dia 18 deste mês para mais uma rodada de negociações climáticas globais, no entanto, as tensões diplomáticas entre as duas maiores fontes de gases de efeito estufa ameaçam ofuscar a reunião das Nações Unidas, conhecida como COP27.
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, convidou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para ir ao evento e o petista já confirmou sua presença. É cotado que a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, atenda à conferência com Lula, conforme noticiado.