Ministro de Minas e Energia e presidente da Petrobras ‘batem de frente’, novamente


Em mais um ‘round’ que eleva o clima de estresse entre duas figuras-chave de uma área estratégica do governo petista, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, desmentiu publicamente o relato de seu ‘aparente’ superior hierárquico, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a respeito da discussão sobre os preços dos combustíveis, ocorrida na última reunião com o mandatário do país, no Palácio do Planalto, em 31 de julho.

A treta palaciana subiu de tom, depois que Prates negou a informação, dada por Silveira, em entrevista à Globonews, concedida nesta sexta-feira (4), de que a diretoria da petroleira teria informado ao governo que pretende aplicar reajustes aos combustíveis, caso haja aumento maior de preços (do petróleo e derivados), provavelmente, ao se referir às cotações internacionais. No melhor estilo ‘bateu-levou’, o presidente da Petrobras repreendeu a fala ministerial, ao afirmar que “não é normal falar disso fora da empresa’.

Ainda na entrevista à emissora, Silveira sustentou que “em nenhum momento, o presidente Lula se dirigiu ao presidente da Petrobras (Jean Paul Prates) para falar sobre segurar preços. O que eles falaram é que estava no limite do preço marginal e, se houvesse um aumento maior de preços (do petróleo e derivados), faria o aumento aqui”.

Prates, por sua vez, esclareceu que a reunião tratou de assuntos relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no que toca a projetos da Petrobras, no sentido de esclarecimento a pastas, como a da Casa Civil, a esse respeito. “Todos sabem perfeitamente que em momento nenhum foi tratado de preços, em momento nenhum foi falada essa palavra na reunião (com Lula)”, rechaçou.

Ao considerar ‘vazamento’ do ministro seu comentário a respeito de uma reunião fechada do conselho de administração (da Petrobras), Prates reforçou que “esse tipo de informação já não deveria ser objeto de discussão externa à empresa”.

Entretanto, sobre o tema controverso, o presidente da petroleira assinalou que ela está ‘atentíssima’ à questão dos preços e “não está sendo leniente, em momento algum, em um assunto que não é trivial”, acrescentando que “estamos operando em um intervalo seguro para cada um dos produtos”. Por fim, Prates comentou que a estatal ‘trabalha’ com uma “banda cujo teto é o preço alternativo ao cliente (concorrentes) e o piso é o preço marginal da Petrobras”.

Se considerados os números frios do mercado, a receita da estatal com derivados do petróleo caiu 27,2% no segundo trimestre do ano (2T23), no comparativo anual e recuou 13,2%, ante o trimestre anterior (1T23), para US$ 72,98 bilhões, o que é apontado, por analistas, como um reflexo da política de redução sistemática dos preços dos combustíveis pela atual administração federal.

Já a Petrobras, por seu turno, alega, em relatório financeiro, que houve uma redução superior a 40% nos crack spreads (diferença entre o preço do petróleo bruto e os produtos extraídos dele) internacionais de diesel no período.

Fonte: capitalist

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