Prestes à ser leiloado, esse Mercedes-Benz 190 E 2.3-16 com certeza faz brilhar os olhos de qualquer um. Além de manter a pintura original, motor e interior conservados — o que já chamaria a atenção de qualquer colecionador de carros clássicos —, o sedã pertenceu à ninguém menos que Ayrton Senna.
Trazendo a assinatura de Niki Lauda no cofre do motor, o esperado é que os lances finais para arrematar o modelo girem em torno de 220 mil libras a 250 mil libras, ou seja, entre R$ 1,6 milhão e R$ 1,8 milhão em conversão direta. A RM Sotheby’s é a responsável pelo leilão, que está marcado para o dia 1° de novembro de 2025, em Londres.
Senna encomendou o modelo zero km diretamente da fábrica da Mercedes-Benz, e foi buscá-lo em outubro de 1985 na companhia de Maurício Gugelmin, brasileiro que também corria na Fórmula 1 na época.
A motivação da compra de Senna foi sua vitória na Corrida dos Campeões de Nürburgring de 1984. A prova simbolizou a inauguração do Circuito de Nürburgring (Alemanha) e contou com a participação de diversos pilotos, sendo nove campeões da categoria mais importante do automobilismo mundial, e todos pilotando um Mercedes-Benz 190 E. Apesar de compor o grid, Senna não estava entre os campeões, já que havia estreado na F1 naquele ano pela Toleman.
Equipado com motor 2.3 a gasolina de quatro cilindros e 16 válvulas, que desenvolve até 185 cv de potência e 24 kgfm de torque, o exemplar que será leiloado traz extintor de incêndio, aparelho de som Becker México, kit de ferramentas, carregador de bateria, kit de primeiros socorros lacrado, além de alarme de carro com fechamento automático e imobilizador, que vieram de fábrica. Além disso, com esse conjunto, vai de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e tem velocidade máxima de até 230 km/h.
Já o câmbio é manual de cinco marchas. Vale dizer, inclusive, que o modelo é dirigido à mão inglesa, já que o piloto brasileiro residia no subúrbio de Esher, localizado no condado de Surrey (Reino Unido), na época em que adquiriu a unidade.
A cabine preserva os detalhes originais na cor preta, traz bancos com revestimento em couro, detalhe em madeira na base da manopla de câmbio e teto solar. Junto do sedã, o novo dono também vai receber livros e manuais originais da época da aquisição, além dos documentos de compra em nome de Senna.
A carroceria também mantém a pintura prateada original, na cor Smoke Silver Metallic, a mesma da unidade que Senna pilotou na Alemanha. Aliás, só o que muda do exemplar comprado por Ayrton para o usado na pista são itens como um sistema de escapamento e suspensão revisados, freios dianteiros de quatro pistões e bancos esportivos Recaro.
Detalhe interessante é o fato de que o 190 E vai à leilão depois de passar por três proprietários diferentes. Após usar o veículo por dois anos, Senna vendeu o sedã para Robin Clark, amigo de Julian Jakobi, que foi empresário do tricâmpeão. A venda aconteceu em 1987, pouco antes Senna se mudar para Mônaco (como consequência de seu contrato com a McLaren), quando o veículo tinha 40 mil km rodados.
Anos depois, já em 1996, o modelo foi adquirido pelo atual proprietário. Este, emigrou do Reino Unido para a Austrália oito anos depois, em 2004. Foi lá, inclusive, no Grande Prêmio de 2016, em Melbourne, que o austríaco Lauda assinou o compartimento do motor. Devido às normas de importação do país da Oceania, o sistema de ar-condicionado do 190 E teve que ser desativado, mas está em perfeitas condições de ser restaurado pelo novo dono, caso haja interesse, segundo a casa de leilões.
Desde que está em posse do atual dono, o clássico também recebeu uma nova placa, com o registro “B15SENNA”. Esta poderá ser comprada separadamente por aquele que arrematar o sedã compacto no leilão, já que não está incluída na venda.
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Fonte: direitonews