O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste sábado (6), que é “uma vergonha” a manutenção da prisão do jornalista australiano Julian Assange. O fundador do WikiLeaks foi preso na Inglaterra em 2019 depois que o Equador revogou seu asilo diplomático na embaixada do país em Londres.
“É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra os outros esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não fazer nada para libertar”, disse Lula, citando toda a imprensa. “Eu já mandei carta pro Assange, já escrevi artigos, mas eu acho que é preciso um movimento da imprensa mundial na defesa dele, não na defesa dele enquanto pessoa, mas na defesa da liberdade de denunciar”, acrescentou.
Lula conversou com jornalistas, em Londres, onde participou da coroação do Rei Charles III.
Espionagem
O ativista é acusado pela justiça norte-americana de 18 crimes, incluindo espionagem, devido à publicação, em 2010, de mais de 700 mil documentos secretos relacionados às guerras no Iraque e no Afeganistão. Caso seja considerado culpado, ele pode pegar até 175 anos de prisão.
Na Inglaterra, Assange cumpre sentença por ter violado as condições de sua liberdade condicional quando se refugiou, em 2012, na embaixada equatoriana em Londres para evitar uma extradição. Na ocasião, a Suécia pedia a extradição do ativista em razão de acusações de crimes sexuais.
Ele ficou sete anos asilado na embaixada do Equador, até 2019. Agora, enfrenta um processo de extradição para os Estados Unidos. Em 2022, o governo inglês chegou a aprovar a extradição de Assange, mas ela ainda não aconteceu.
O presidente Lula afirmou que, ao chegar ao Brasil, vai ligar para o primeiro-ministro do Reino Unidos, Rishi Sunak, para tratar do tema. “Foi um assunto que eu esqueci de falar com ele”, disse. Lula desembarcou na manhã desta sexta-feira (5) na capital inglesa e à tarde se reuniu com Rishi Sunak. “Precisamos colocar nossas teorias na prática de vez em quando para que a gente possa poder continuar falando em liberdade de expressão”, completou o presidente.
Edição: Heloisa Cristaldo
Fonte: sp.leg