Lexus RX 500h é um SUV híbrido apimentado, mas bebe mais que o Corolla Cross; leia o teste


Apesar de ter sido a primeira fabricante a eletrificar toda a linha de automóveis no Brasil, a Lexus passou por uma espécie de hiato nos últimos três anos: não lançou veículos novos, caiu quase 70% nas vendas e precisou reestruturar sua rede de concessionárias. A boa notícia é que a submarca de luxo da Toyota quer voltar à cena neste ano — e o protagonista já tem nome e sobrenome.

O carro escolhido para estrear essa nova temporada é o RX 500h, SUV médio que já foi vendido por aqui como RX 350 e volta repaginado em sua versão mais apimentada, a 500h F Sport. Apesar de ser híbrido, o foco não está no consumo, que perde para modelos como Corolla e Corolla Cross.

Portanto, ele está mais para um SUV esportivo econômico que para um híbrido esportivo. Para essa mudança, o carro abandonou o V6, que foi substituído por um 2.4 turbo de quatro cilindros que rende 275 cv e 46 kgfm, associado a outros dois motores elétricos — um de 87 cv instalado no eixo dianteiro e outro de 54 cv no eixo traseiro.

Juntos, produzem 371 cv. Como de praxe, a Toyota (e suas marcas) não revela o torque combinado. O câmbio é automático de seis marchas e a tração Direct4 é integral.

Ainda que a tendência seja carros de luxo híbridos plug-in, a Lexus manteve o sistema híbrido paralelo nesta versão do RX, que funciona da seguinte forma: o motor a combustão traciona o veículo enquanto o elétrico instalada na dianteira gera energia para o propulsor elétrico traseiro.

Em arrancadas ou retomadas mais vigorosas, os três motores atuam em conjunto. Em velocidade de cruzeiro ou saídas lentas, o motor a combustão é desligado. Basta pisar no acelerador com um pouco mais de força para que ele volte a funcionar.

Como a unidade a combustão funciona na maioria do tempo, o consumo não se assemelha ao de um veículo híbrido. O modelo roda cerca de 10,5 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada. Como comparação, o Corolla Cross híbrido faz médias de 17,8 km/l e 14,7 km/l com gasolina, respectivamente.

Mas, convenhamos, quem paga R$ 564.990 no SUV de luxo não parece estar muito preocupado com R$ 20 ou R$ 30 de diferença na hora de encher o tanque no posto. E, sim, o estreante cobra um cachê de mais de meio milhão de reais. De fato, é bem moderno e elegante, e a “harmonização facial” proposta nessa nova geração o deixou ainda mais cheio de vincos na carroceria, resultando em um visual agressivo.

Além disso, ele é recheado de atributos de segurança e conectividade. Há sete airbags, sistema de pré-colisão que detecta pedestres e motociclistas, controle de velocidade adaptativo, sistema de correção de saída de faixa, farol alto adaptativo, rodas de 21″, monitor de ponto cego e sistema de estacionamento autônomo em vagas paralelas ou perpendiculares.

O interior é clássico, porém luxuoso, equipado com head-up display ativado pelo (ultrassensível) volante multifuncional, retrovisor interno digital, central multimídia de 14 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, bancos de couro, ar-condicionado digital de três zonas e 20 alto-falantes.

No teste, digo, no rápido contato que tivemos com o RX 500h na pista, ficou nítida sua pinta de esportista. A suspensão é mais baixa e firme, permitindo mais aderência ao solo e maior controle do veículo, principalmente em altas velocidades.

Parte dessa sensação de segurança vem da suspensão variável adaptativa, capaz de ajustar o peso e o movimento da carroceria em frenagens e acelerações intensas para que a traseira ou a dianteira não levante ou abaixe. Com respostas rápidas e precisas, o SUV se comporta muito bem nas curvas e balança pouco. A boa ergonomia também faz com que o motorista se sinta abraçado pelo assento esportivo e não deslize no banco.

Admito que, nas arrancadas, não tive aquele frio na barriga comum em carros de torque alto, embora tenha sentido a atuação dos três motores dando vigor às partidas. Ainda assim, o modelo é prazeroso de dirigir e empolgante de acelerar.

A ideia inicial da marca é comercializar cerca de 150 unidades neste ano e aumentar o volume nos próximos. Para este ano, visto como um período de recuperação, a fabricante prevê vender cerca de 1.000 unidades no total, com o NX como carro-chefe. Para isso, pretende investir no pós-venda e torná-lo o melhor do mercado e convencer os abastados donos de carros da Toyota a trocá-los por um Lexus.

O desafio é grande, já que de quatro anos para cá o mercado de veículos premium vem apostando alto em SUVs híbridos plug-in, mais econômicos e que podem ser carregados na tomada, como o Volvo XC60, o BMW X5 e o novíssimo GWM Haval H6 GT. Porém, não falta talento ao RX 500h para conquistar novos espectadores. Pegue a pipoca e assista a disputa.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores Evento estimula participação feminina nas áreas de STEAM e Propriedade Intelectual
Próxima Advogado filmado agredindo ex-esposa está foragido da Justiça após descumprir medida protetiva