Jeep Compass: saiba os principais defeitos do SUV de acordo com os donos


O Jeep Compass é líder do segmento desde que a segunda geração passou a ser produzida na fábrica da Stellantis em Goiana (PE), em 2016 — o SUV médio está prestes a atingir a marca de 500 mil unidades produzidas. Entre janeiro e maio deste ano foram 18.831 vendas, de acordo com a Fenabrave, associação que representa as concessionárias. Mas, por trás do sucesso, também há problemas. E Autoesporte foi descobrir quais são os mais comuns, de acordo com os proprietários.

Construído sobre a plataforma Small Wide, compartilhada com os “irmãos” Renegade e Commander, — além da picape Fiat Toro — o Compass caiu rapidamente no gosto do consumidor brasileiro principalmente pelo design, bom nível de equipamentos e acabamento interno caprichado.

Em 2021, o Compass passou por uma atualização, com leve retoque visual, novos equipamentos e o moderno motor GSE 1.3 turboflex de 185 cv e 27,5 kgfm para substituir o veterano Tigershark 2.0 aspirado de 166 cv e 20,5 kgfm. O câmbio automático de seis marchas permaneceu.

Apesar de mais moderno, o motor 1.3 virou um dos principais motivos de reclamações por parte dos clientes do SUV. É comum encontrar no site Reclame Aqui consumidores relatando defeitos relacionados ao elevado consumo de óleo em veículos com baixa quilometragem.

O câmbio automático de seis marchas também aparece em queixas pontuais, assim como reclamações referentes ao prazo de entrega de peças em algumas concessionárias em diferentes regiões do Brasil. Se você está pensando em comprar um Jeep Compass, confira a seguir os principais problemas, segundo os donos do SUV

No Reclame Aqui há várias reclamações a respeito do consumo excessivo de óleo do GSE 1.3 turbo. Os clientes apontam que seus carros apresentaram o problema com baixa quilometragem — defeito geralmente acusado pelo próprio computador de bordo do veículo. Tem relatos com apenas 10.000 km rodados.

“Compramos um Jeep Compass Longitude turboflex 2023 em março de 2023. Fiz a revisão no tempo certo. O carro roda apenas na cidade, nunca andou em alta velocidade e nem teve seu motor forçado. Ainda não rodou 60% da quilometragem prevista para a segunda revisão e, do nada, apresentou superaquecimento que danificou, aparentemente, apenas o cabeçote. Para a minha surpresa, a Jeep quer fazer a troca desse componente”, relata um consumidor de Boa Vista (RR), que reivindica a substituição total do motor ou a devolução do veículo à concessionária.

Boa parte dos casos publicados foram resolvida ou, ao menos, respondidos pela própria Jeep no Reclame Aqui. Logo após o surgimento dos primeiros casos, em 2021, a marca orientou a rede de concessionárias a fazer a troca do óleo e atualizar a central de gerenciamento do motor para acabar com o problema.

De acordo com Pedro Scopino, mecânico e consultor técnico de Autoesporte, o elevado consumo de óleo do motor GSE 1.3 turboflex se dá por “uma questão de engenharia” e pelo peso do carro que supera os 1.500 kg.

“É um caso típico: um motor pequeno em um carro pesado. O Compass tem muito peso para um motor 1.3 turbo carregar. Para entregar mais desempenho, o fabricante aumenta a pressão do turbo, que acaba acarretando em maior consumo de óleo”, diz.

Scopino destaca que, em caso de quebra de componentes provocada pela falta de óleo no motor, o consumidor terá de preparar o bolso. “Esses motores ainda estão em garantia, mas se o fabricante não arcar com o reparo, a manutenção terá alto custo por envolver partes internas do motor, retífica e a troca do turbo, que são itens caros”.

Outra fonte de reclamações é o trocador de calor do câmbio automático de seis marchas da fabricante Aisin. São muitos relatos sobre o defeito no componente que utiliza o líquido de arrefecimento do motor para resfriar a transmissão.

Porém, várias unidades do Compass — e também do Renegade e da Fiat Toro, ambos flex — apresentaram o problema, que ocorre quando um processo químico faz com que a carcaça de alumínio do trocador de calor sofra corrosão a ponto de perder a sua impermeabilidade. O resultado é catastrófico, uma vez que o líquido de arrefecimento acaba contaminando o óleo do câmbio.

+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte.

“Esse problema no trocador de calor é crônico nesses carros. E, para piorar, essa mistura de líquido de arrefecimento e óleo de câmbio também acaba circulando pelo motor e provoca sérios danos no sistema de refrigeração, entre outros componentes”, explica Scopino.

Para solucionar o problema, a Stellantis trocou o fornecedor do aditivo do líquido de arrefecimento e o trocador de calor foi substituído por uma peça mais robusta, com características diferentes. Segundo Scopino, a única forma de o dono do carro detectar o defeito, é baixando o nível de água do motor. Se houver algum indício de sujeira no reservatório do radiador, é sinal que o trocador de calor está com problemas. Após essa verificação, troca-se o aditivo, o óleo do câmbio e o próprio trocador de calor.

Consultada pela Autoesporte, a Stellantis respondeu o questionamento sobre os defeitos apontados pelos consumidores do Jeep Compass com a nota abaixo (confira a íntegra):

No caso dos relatos feitos pela plataforma “Reclame Aqui”, a Stellantis realiza o tratamento de todas as demandas recebidas. A empresa atua e preza pela total satisfação de seus clientes.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores Corregedoria Nacional de Justiça atualiza regras de protestos extrajudiciais no país
Próxima MEC lança pacto para qualificar educação de jovens e adultos