“As capacidades que eles têm estão lá. Eles podem ter, sabe, em questão de meses, eu diria, algumas cascatas de centrífugas girando e produzindo urânio enriquecido, ou menos que isso. Mas, como eu disse, falando francamente, não se pode afirmar que tudo desapareceu e que não há mais nada lá“, disse Grossi em entrevista à CBS News.
Segundo o chefe da AIEA, o Irã tem capacidade industrial e tecnológica para produzir urânio enriquecido.
Nesse sentido, Grossi voltou a pedir o retorno à mesa de negociações e a busca de uma solução “tecnicamente sólida” para a questão relacionada ao programa nuclear do Irã, acrescentando que agora há uma oportunidade para isso.
Na sexta-feira, o Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, afirmou que o desejo de Grossi de inspecionar as instalações do programa nuclear iraniano que haviam sido atingidas era inútil e poderia ter más intenções. Ele observou que o parlamento iraniano havia decidido suspender a cooperação entre a República Islâmica e a AIEA porque o diretor-geral da AIEA havia contribuído para ocultar informações de que a agência havia declarado oficialmente “todos os problemas resolvidos” dez anos antes.
Operação
A operação israelense do início deste mês foi realizada com base em informações de inteligência que apontavam a localização de áreas nas quais ocorriam a produção de centrífugas para o enriquecimento de urânio em Teerã e Isfahan.
Espiões israelenses também foram responsáveis por identificar instalações subterrâneas e aéreas de processamento de urânio na cidade de Natanz, também no Irã, de acordo com o jornal.
Em 13 de junho, Israel bombardeou o Irã com a justificativa de que o país estava perto de ter a capacidade de construir armas nucleares, algo que nunca foi endossado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Nove dias depois, foi a vez dos Estados Unidos lançar um ataque contra plantas nucleares iranianas.
Apesar das tensões, na última segunda-feira (23) um tratado de cessar-fogo entre Irã e Israel foi anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A interrupção do conflito, ainda que momentânea, paralisa as hostilidades que deixaram centenas de mortos e milhares de feridos.
Fonte: sputniknewsbrasil