O 1% mais rico do Brasil registrou um rendimento médio mensal que é 39,2 vezes maior do que aquele dos 40% com os menores rendimentos, conforme divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (19).
Em 2023, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita do 1% mais rico atingiu R$ 20.664, representando um aumento de 13,2% em relação ao ano anterior (R$ 18.257). Enquanto isso, os 40% mais pobres viram seu rendimento médio mensal subir para R$ 815 no mesmo período, um aumento de 11% em relação a 2022 (R$ 734).
Ampliando a análise para os 10% da população com os maiores rendimentos, o rendimento médio mensal em 2023 foi de R$ 7.580, um aumento de 12,4%. Isso significa que esse valor é 14,4 vezes maior do que o dos 40% mais pobres.
É notável que a renda média dos mais ricos cresceu mais rapidamente do que a dos 40% mais pobres ao longo de um ano.
Além disso, o crescimento da renda dos mais ricos superou a média nacional, que aumentou 11,5% entre 2022 e 2023, alcançando R$ 1.848, o maior valor já registrado pela pesquisa.
Entretanto, ao analisar especificamente os 20% mais pobres, observa-se um crescimento de renda maior do que entre os que possuem rendimentos mais elevados. Em 2023, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de:
- Entre os 10% e 20% mais pobres: R$ 450, um aumento de 13,4% em relação a 2022 (R$ 397);
- Entre os 5% e 10% mais pobres: R$ 294, um aumento de 16,7% em relação a 2022 (R$ 252);
- Entre os 5% mais pobres: R$ 126, um aumento de 38,5% em relação a 2022 (R$ 91).
Por outro lado, entre os mais ricos, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita em 2023 foi de:
- Entre os 10% e 5% mais ricos: R$ 4.547, um aumento de 11,6% em relação a 2022;
- Entre os 5% e 2% mais ricos: R$ 8.100, um aumento de 12,6% em relação a 2022;
- No 1% mais rico: R$ 20.664, um aumento de 13,2% em relação a 2022.
Apesar da significativa disparidade na distribuição de renda, é importante notar que o rendimento per capita dos 40% da população com menores rendimentos atingiu, em 2023, o maior valor da série histórica, segundo o IBGE.
O Instituto atribui essa melhoria ao recebimento do Bolsa Família por parte das famílias de baixa renda, juntamente com melhorias no mercado de trabalho e o aumento real do salário mínimo.
Fonte: gazetabrasil