Fuja deles: 5 carros usados com manutenção cara e complicada


Comprar um carro usado importado ou esportivo parece tentador, não é mesmo? Afinal, é possível encontrar ofertas atrativas capazes de proporcionar status, além de uma experiência de condução interessante pelo valor equivalente ao de modelos nacionais — e de carros novos. Mas é preciso ficar atento, porque muitas vezes você vai cair naquele famoso ditado: “o barato que sai caro”. Por isso, Autoesporte seleciona cinco carros usados com manutenção cara e complicada.

É importante ter em mente o plano de manutenção, as peças de reposição, o serviço de pós-venda, o número de concessionárias espalhadas pelo Brasil e se o veículo está tropicalizado, ou modificado para o nosso mercado — tanto para combustível quanto para as condições do asfalto.

“O grande problema está na ausência da garantia, além de ser muito importante consultar se a seguradora realiza a apólice e contratar um profissional para fazer uma avaliação técnica antes de realizar uma compra por impulso”, explica Cássio Yassaka, proprietário da Cassio Serviços Automotivos, com mais de 40 anos de experiência no ramo.

Para deixar você tranquilo de futuras dores de cabeça, listamos cinco carros que podem apresentar virtuais problemas para o bolso.

O Chevrolet Captiva chegou ao Brasil em setembro de 2008, oferecendo um visual elegante à época, bom nível de equipamentos e propulsores V6 3.6 24V Alloytec, com 261 cv e torque de 33 kgfm (de 2008 a 2010). Depois veio o V6 3.0 (de 2011 e 2014) de injeção direta com 268 cv e 30,6 kgfm, enquanto a tração podia ser dianteira ou integral (AWD). O SUV também foi equipado com o motor de quatro cilindros 2.4 16V Ecotec que, na linha 2011, passou a oferecer 185 cv e 23,3 kgfm — números superiores em comparação aos 171 cv e 22,2 kgfm dos modelos lançados em 2009.

Importado do México, o SUV saiu de linha em 2017, sendo substituído pelo Equinox. Com 4,57 m de comprimento, 2,70 m de entre-eixos e 383 litros de porta-malas, ele até pode brilhar aos olhos pelo conforto e os números de desempenho. Mas fique esperto!

“As companhias de seguro não fazem mais a apólice dos modelos 2010, assim como há uma dificuldade de encontrar peças de reposição e de acabamento. Às vezes, o valor do reparo ultrapassa o valor do carro”, comenta Yassaka. Além disso, segundo o profissional, o Chevy ainda costuma apresentar defeitos de suspensão por conta do nosso asfalto, de transmissão, de luz de injeção acesa devido à qualidade do nosso combustível e de ruídos internos. “Fora isso, atualmente, muitos profissionais não querem nem mexer”, diz.

Na Tabela Fipe, os preços do Captiva varia de R$ 36 mil a pouco menos de R$ 90 mil.

O Fiat 500 (ou Cinquecento, em italiano) chegou ao Brasil, no fim de 2009, originalmente importado da Polônia, feito na fábrica de Tychy — mesma unidade que dá origem ao Fiat Panda e ao Lancia Ypsilon e que agora provocou polêmica entre a Alfa Romeo e o governo italiano.

Esse “revival” empregava um propulsor de quatro cilindros 1.4 16V e câmbio manual de seis marchas para render 100 cv e 13,4 kgfm de torque, bem como uma suspensão mais baixa e firme.

A partir do segundo semestre de 2011, ele passou a ser trazido do México, agora com opção de motor 1.4 8V Fire EVO flex de 88 cv e 12,5 kgfm (etanol), e 1.4 16V Multiair a gasolina com 105 cv e 13,6 kgfm. Tinha opções de câmbio manual e automatizado, ambos com cinco marchas, ou automático de seis velocidades. Todas as versões deixaram de ser importadas em 2015, retornando em 2017 só com o propulsor 1.4 flex e a caixa manual, após mais um ano de hiato.

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Pequeno e prático, seja nos deslocamentos quanto na hora de encontrar vagas, não é um carro indicado para famílias pelas dimensões de 3,54 m de comprimento, 2,30 m de entre-eixos e 185 litros de porta-malas. Embora empregue suspensões mais macias frente ao modelo polonês, o Fiat 500 mexicano também pode não ser um mar de rosas.

“Tudo nele é passível de indenização total (PT) em uma eventual colisão, além de existir uma dificuldade nas peças de reposição. Tive um caso de uma cliente que ficou meses com o carro parado aguardando um novo vidro do para-brisa. Também não há uma compatibilidade de componentes entre os modelos polonês e mexicano. Além disso, é comum a caixa de direção assistida eletricamente apresentar folgas. Só a caixa de direção custa R$ 2.000, mais a mão de obra para executar o serviço. Outro problemas são as peças de suspensão específicas. É para ser um carro de curtição ou a segunda opção da garagem”, explica Yassaka.

Atualmente, um 500 1.4 Evo de 2015 está avaliado em R$ 51.216 na Tabela Fipe.

O Fusion é um sedã elegante que debutou no Brasil em 2006, substituindo o Mondeo. Vindo México tinha isenções de impostos, o que lhe rendeu vantagens aparecendo entre os mais vendidos à época no segmento. Era vendido inicialmente em versão única SEL com motor de quatro cilindros 2.3 16V de 162 cv e 20,7 kgfm, com câmbio automático de cinco marchas.

A segunda geração foi importada em 2012 com propulsor 2.0 Ecoboost turbinado de 240 cv e 34,7 kgfm mais tração AWD na configuração Titanium. Quatro meses depois da sua estreia ganhou o 2.5 flex de 175 cv e 24,1 kgfm, exclusivo para o nosso mercado, com tração dianteira e câmbio automático de seis marchas.

Nesta segunda geração, tinha motor de quatro cilindros 2.0 naturalmente aspirado de ciclo Atkinson combinado a um propulsor elétrico de 118 cv e 24,5 kgfm, assegurando uma potência combinada de 190 cv. Contudo, onde é que o calo aperta?

“É um carro com boa engenharia, só que a falta de peças o torna uma compra não recomendada. Isso é potencializado na versão Hybrid, cujo preço da bateria de íon de lítio é na faixa de R$ 70.000”, fala o profissional.

Como referência, o preço de tabela de um Ford Fusion Hybrid é mais baixo, na casa dos R$ 50 mil.

Aqui está um caso de carro para fugir para as montanhas. Não pela capacidade no fora-de-estrada, mas sim pelo custo de manutenção. Ele chegou ao nosso mercado em 2010 já trazendo o pedigree da linha Discovery. Luxuoso e confortável, podia ser encontrado em versões S, SE e HSE, com motorização 3.0 V6 biturbo de 245 cv e 61,1 kgfm ou 5.0 V8 a gasolina de 390 cv e 53 kgfm, e o 2.7 V6 turbodiesel de 190 cv e 44,8 kgfm. Em todas o câmbio é automático de seis marchas.

O preço de aquisição de um modelo 2010 pode ser atrativo e no mercado de usados pode ser encontrado com valores na faixa de R$ 80.000 ou até menos. Um bom negócio para levar a família com espaço, não é mesmo? Vale uma reflexão.

“Absolutamente tudo neste carro é muito caro e para deixá-lo em ordem vai gastar uma grande quantia de dinheiro que ultrapassa o preço do Discovery 4. Falando de valores, só para descabinar o carro para fazer uma manutenção são gastos entre R$ 10.000 e R$ 12.000 de mão de obra, fora o custo das peças”, explica Yassaka.

Este pequeno notável foi lançado em nosso mercado no ano de 2009 e a importação oficial durou até 2015. Diferente pelas medidas, tinha enxutos 2,70 m de comprimento (mesma medida do entre-eixos do Toyota Corolla), dois lugares e 220 litros de porta-malas. Apesar das pequenas dimensões até transmitia uma certa dose de amplitude interna, com carrocerias coupé, conversível e uma versão esportiva assinada pela Brabus.

Charmoso, ele nasceu para ser um carro urbano no mercado europeu. No Brasil, contudo, virou um produto exclusivo e de estilo. Tinha motor 1.0 de três cilindros com turbo para gerar 84 cv e 12,2 kgfm além da versão mhd que trazia o 1.0 naturalmente aspirado com 71 cv e 9,4 kgfm. O câmbio é sempre automatizado de cinco marchas.

A suspensão firme até demais faz o carro quicar ao passar por remendos no asfalto e o funcionamento do câmbio causa soluços nas trocas de marchas, além de proporcionar uma boa dose de ruídos internos. “O smart fortwo vendeu pouco por ser um produto de nicho, o que o tornou caro, seja para comprar ou para manter”, diz Yassaka.

“O primordial é que na hora da compra o interessado deve ter em mente que o valor da manutenção é de um carro da Mercedes-Benz. Lá fora, ele até pode ser acessível, só que no Brasil a conversa é diferente. Apesar do funcionamento da caixa automatizada, ela não costuma apresentar problemas, mas o custo de reparabilidade é semelhante ao de um câmbio automático convencional. Dependendo do componente do smart fortwo que precisar trocar, você ficará na mão do importador”, completa.

Além disso, as suspensões sofrem no nosso piso e molas/amortecedores são específicos para o carro, o que dificulta na hora de encontrar peças no mercado de reposição. Portanto, seja ele ou um Land Rover é melhor ficar esperto para não levar gato por lebre achando que está fazendo um bom negócio, quando na verdade o carro pode causar um grande problema financeiro.

Para terminar, o preço de compra ainda é relativamente elevado: pouco menos de R$ 70 mil para um exemplar de 2015, segundo a Fipe.

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Fonte: direitonews

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