Otmar Szafnauer afirmou que a Fórmula 1 não ficou para trás em sua carreira, enquanto busca um novo desafio na categoria, dezoito meses após sua demissão do cargo de chefe de equipe na Alpine. Szafnauer deixou a equipe francesa em 2023, mas tem sido presença constante no paddock da F1 desde então. O romeno-americano está confiante em encontrar um último desafio na carreira antes de se aposentar.
Em entrevista ao PlanetF1.com, Szafnauer, que completou 60 anos em agosto de 2024, deixou claro que não tem intenção de se aposentar por enquanto: “A F1 não acabou para mim. Eu fiz 60 anos no ano passado. Acho que tenho mais 05 ou 06 anos antes de querer me aposentar. Eu digo às pessoas que, quando você vai esquiar aos 65 anos, você esquia diferente do que aos 75 ou 85. Não quero perder esses 07 ou 10 bons anos de um hobby. Não quero trabalhar até os 82, mas de 65 a 67, nessa região, seria uma boa hora para me aposentar. Acho que 60 é um pouco jovem demais.”
Szafnauer está livre para trabalhar agora que seu período de ‘licença de jardinagem’ da Alpine terminou. Embora um retorno à F1 seja muito atraente para ele, ele quer estar no esporte para fazer a diferença. “Se eu puder ajudar uma equipe com meu conhecimento e experiência a se sair melhor do que está, a fazê-la subir no grid, eu gostaria disso como um desafio. Mas tem que ser na posição certa. A posição tem que ter entrada suficiente em toda a organização para fazer a diferença. Não quero trabalhar para uma equipe, apenas para trabalhar para uma equipe de F1. Quero ter a liberdade e a autoridade para realmente fazer a diferença, e as decisões que eu tomar ou ajudar a tomar terão um impacto”, afirmou.
Ele também comentou sobre sua experiência na Force India (que se tornou Racing Point antes de mudar para Aston Martin), onde atuou como diretor de operações: “Vijay (Mallya) me deixava à vontade”, disse ele. “O que eu e Andy Green propuséssemos a Vijay e achássemos que era a coisa certa a fazer, era o que ele sempre aceitava. Outras vezes, quando tínhamos divergências com outros superiores sobre qual era a estratégia certa, Vijay nunca tomava uma decisão que não fosse o que eu e Andy Green recomendávamos a ele. Então, o que queríamos fazer, tínhamos a liberdade de fazer. Acho que por causa disso, e da consistência nos funcionários seniores, essa longevidade nos ajudou a alcançar um desempenho que estava muito além dos recursos que tínhamos. Estávamos vencendo equipes com duas a três vezes mais recursos e funcionários que tínhamos na Force India. Fizemos isso só porque tínhamos pessoas boas que puxavam na mesma direção, conhecíamos bem o esporte e tínhamos permissão para ter o melhor desempenho possível pela alta gerência, e isso incluia eu e incluia Vijay, e nós permitimos que eles seguissem em frente.”
Enquanto isso, Szafnauer também revelou que está envolvido em um projeto para adicionar uma 12ª equipe à F1. “Tenho trabalhado com alguns financiadores americanos e algumas montadoras para analisar uma 12ª equipe para o futuro. Quando comecei o projeto, seria a 11ª equipe, mas agora a Cadillac está dentro (a partir de 2026), então eles têm a 11ª vaga. Quando eles (FIA e FOM) abrirem o processo de adição da 12ª equipe, espero ser capaz de apresentar um caso robusto para permitir que a 12ª equipe vá para as pessoas que estão financiando, bem como o fabricante com quem estou trabalhando”, acrescentou.
Szafnauer também falou sobre o que ele tem feito desde sua saída da Alpine: “A Alpine foi gentil o suficiente para dizer que eu poderia seguir em frente e trabalhar para a Fórmula 1 Experiences e ser um embaixador da marca para as marcas que querem que você seja, e essas coisas”, disse ele. “Então, trabalhei para algumas empresas para explicar a seus convidados mais graduados sobre o que é a Fórmula 1. Fiz algumas palestras para algumas outras grandes empresas sobre como administrar equipes de alto desempenho, como montar uma equipe de alto desempenho e como mantê-las motivadas. Você sabe, quais conjuntos de habilidades como líder, esse tipo de coisa. Acabei de fazer uma palestra na Universidade de Oxford, sobre conjuntos de habilidades como líder e como gerenciar conflitos dentro de equipes de alto desempenho. Fiz uma palestra semelhante na Universidade de Columbia em Nova York”, concluiu o ex-chefe da Alpine.
Pelas palavras de Szafnauer, fica claro que ele quer retornar para a Fórmula 1, mas dentro de certas condições, o que não deixa de ser algo normal para alguém com tanta experiência na categoria, como ele possui. Se as coisas irão acontecer como Szafnauer deseja, só o tempo irá mostrar.
Fonte: f1mania