Desaceleração do IPCA-15 ‘puxa’ queda de juros futuros


Como reflexo imediato do ‘menor crescimento’ do IPCA-15 (prévia da inflação), que desacelerou 0,51% em maio corrente, abaixo de 0,57% do mês anterior, as taxas futuras de juros passaram a operar em queda nesta quinta-feira (25), estimulando a expectativa de um corte mais breve da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC).

No início da sessão, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 recuava para 13,20%, ante 13,26 %, no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 baixou de 11,61% para 11,43%, no mesmo comparativo; DI para janeiro de 2027 ‘encolheu’ de 11,13% para 10,95%, e o vencimento para janeiro de 2029, que passou de 11,44% para 11,29%.

O recuo das taxas futuras, sobretudo no trecho da curva a termo no país, também reflete a reação positiva dos investidores ante a aprovação inicial do projeto de arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados, por ampla margem de votos (372 votos favoráveis a 108 contrários), mas também a elevação de rendimentos dos Treasuries (papéis do Tesouro dos EUA) no exterior.

O limite para o aumento dos gastos do governo é o ponto mais positivo destacado por analistas em relação ao arcabouço, pelo qual as despesas federais não vão poder superar 70% da alta das receitas, enquanto que o crescimento anual dos gastos terá de ficar no intervalo de 0,6% a 2,5% acima da inflação.

Para o sócio da Nexgen Capital, Felipe Izac, “no decorrer das últimas semanas, algumas coisas foram mudadas, mas finalmente teremos uma nova regra fiscal. O principal ponto que trouxe otimismo é o limite para o aumento de gastos por parte do governo”. Segundo ele, o descontrole das contas públicas era um dos maiores temores do mercado”. Uma vez colocados limites pela matéria legislativa no Congresso, as taxas de juros recuaram.

Ao mesmo tempo, no front externo, os rendimentos dos Treasuries subiram, por conta da persistência do impasse entre a Casa Branca e os republicanos quanto a um acordo para ampliação do teto da dívida do governo ianque.

Nesse sentido, o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, observou a tendência de recuo das taxas dos contratos DIs (Depósitos Interfinanceiros) de longo prazo, nas últimas semanas. “Pelo nosso modelo, os contratos para 2026, 2027, 2028, 2029, 2031, todos estes reverteram suas tendências. O 2025 deve reverter esta tendência de longo prazo esta semana”, comentou Faria Júnior, ao completar que “isso não significa que as taxas vão cair muito mais, mas significa que elas vão ter dificuldades para subir”.

Fonte: capitalist

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