Curso prepara pessoas LGBTQIAP+ para pós na UFMT


Grupos de pesquisa do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) e de Biociências (IB) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Câmpus de Cuiabá, e parceiros, inscrevem até o dia 30 deste mês, para o curso gratuito de extensão Prepara-pós voltado para a população LGBTQIAP+.  O objetivo é proporcionar ferramentas para que possam concorrer às seleções de mestrado e doutorado da Universidade.

As inscrições são no link,  e as pessoas inscritas receberão todas as instruções de acesso por e-mail. O curso on-line acontece, semanalmente,  entre os dias 04 de setembro e 17 de novembro, entre 19h e 22h, em cronograma a ser divulgado.

Será composto de cinco módulos, com dez encontros cada um, contemplando  atividades síncronas e assíncronas, a depender da temática de cada módulo. A aula inaugural será com a presidenta da  Associação Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura (ABETH)  e professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e da Fiocruz, Jaqueline Gomes de Jesus.

A ação é realizada em parceria entre os grupos de pesquisa do ICHS, Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Organização da  Mulher (Nuepom), Núcleo de Antropologia e Saberes Plurais ( NAPlus) e Laboratório de Desenvolvimento de Aprendizado e Docência (DADO) do IB. O curso conta também com docentes e técnicos de universidades do Estado, que atuam em diversos Programas de Pós-Graduação, em diversas áreas científicas.

“A preocupação e justificativa da iniciativa recai sobre a implementação de políticas de acesso e permanência de discentes LGBTQIAP+, em especial pensando nas pessoas travestis e transexuais”, ressalta o professor Marcos Aurélio da Silva, coordenador do NAPlus. 

Acesso e permanência na Pós

Em dezembro de 2021, a UFMT aprovou a resolução de Ações Afirmativas com reserva de vagas para pessoas trans e travestis. Anos antes, Programas de Pós-Graduação como o Estudos de Cultura Contemporânea (Ecco), a Antropologia e a Política Social já vinham oferecendo a modalidade.

Neste contexto, a coordenadora do Nuepom e docente na UFMT, Bruna Irineu, acrescenta que o curso é uma demanda latente. “Nasce a partir de conversas informais entre docentes e técnicos LGBTQIAP+ buscando construir uma proposta de preparatório inspirada por outras experiências institucionais para o ingresso na pós-graduação”, destacou.

Em relação às cotas trans, a professora Alice Pagan, líder do Grupo de Pesquisa DADOS, afirma que “não se trata simplesmente de ocuparmos as cotas para pessoas trans, mas avançarmos na ocupação de espaços que nos são de direito e nos foram tomados pela transfobia”.

O projeto tem amplo apoio do movimento social LGBTQIAP+, e de acordo com Luciene Neves, professora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e Secretária de Formação da Associação da Parada LGBTQIA+ de Mato Grosso, o curso “vai promover o empoderamento de nossa comunidade” ao oferecer instrumentos para acesso à pós-graduação”.

 Construção e responsabilidade social

Benjamim Braga, professor da UFMT e na Prefeitura de Cuiabá, aponta que ao assumir institucional esse compromisso a Instituição, através de seus grupos de pesquisa, docentes e técnicos vão “facilitar a inserção e aprovação desses futures candidatos, e, principalmente, reparar historicamente a população trans. Pessoas trans também produzem ciência e não podem mais serem vistas como objeto de pesquisa. A pluralidade também deve ser vista na ciência”.

O professor Moisés Lopes, Professor do Departamento de Antropologia, acredita que as pessoas LGBTQIAP+ que se inscreverem no curso podem “esperar o suporte e o estímulos necessários para conhecer bem os processos seletivos da UFMT e poderem navegar com tranquilidade nos mares da pesquisa e investigação”.

Os certificados de participação, contabilizando 40 horas, serão concedidos para aquelas pessoas que participarem de, no mínimo, 75% da carga horária estipulada para as atividades. O curso terá ainda a participação de docentes do ICHS Leana Freitas, Ivna Nunes e Josiley Rafael, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC), Pablo Rocon e Maelison Silva, do Instituto de Educação (IE), Ana Luiza Cordeiro, do Instituto de Linguagem (IL), Vinicius Pereira e do técnico da Secretaria de Relações Internacionais (Secri), Déberson Jesus.  Além de professoras da Unemat, Luciene Neves, e da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Ana Rúbia.

Participe do curso- Faça sua inscrição gratuita

Seja Pós UFMT- Acesse a página

Fonte: ufmt

Anteriores Posto de combustível pode aumentar o preço da gasolina antes do prazo oficial?
Próxima STF: Juízes devem decidir local de pena de pessoas trans