“É importante lembrar que o Novo Banco de Desenvolvimento foi criado para investir em infraestruturas. Pela dimensão da catástrofe no Rio Grande do Sul, estradas, pontes, reservatórios de água, aeroportos etc. precisam ser reconstruídos, sem falar em cidades inteiras“, detalhou Marcos Cordeiro Pires, professor de relações internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Solidariedade do BRICS
“A concessão do empréstimo não é uma liberalidade da presidenta do NBD, Dilma Rousseff, mas uma decisão do colegiado da direção, que conta com representantes da China, África do Sul, Índia e Rússia, além do Brasil. Isso pode ser visto como uma ação de solidariedade entre os parceiros“, sublinhou.
“Os projetos deverão ser feitos a toque de caixa, e a experiência internacional será valiosa, particularmente do arquiteto chinês Kongjian Yu, um nome reconhecido mundialmente devido à criação do conceito de cidade-esponja, que reorganiza o espaço urbano para absorver a água de chuvas torrenciais“, arrematou.
Fato de Dilma ser brasileira pesou na decisão
“Primeiro porque é evidente que, na hora da necessidade, qualquer ajuda é bem-vinda, até de quem se costumava detratar. Segundo, porque a presidente do banco é a ex-presidente Dilma Rousseff, também alvo de ataques do partido do governador. E não se deve ser ingênuo de achar que apenas critérios técnicos orientaram a decisão do banco de prestar esse auxílio financeiro, é claro que o fato de a presidente do banco ser brasileira e aliada de primeira hora do presidente Lula pesou nessa decisão“, cravou o especialista.
“Fosse uma outra situação, creio que isso poderia ser benéfico ao Rio Grande do Sul, mas ao se considerar o contexto de tragédia que ainda demorará a ser plenamente revertido, não dá pra afirmar sem muitas ressalvas que isso é uma coisa positiva que poderá ser extraída dessa catástrofe. O contexto não é favorável para que se observe qualquer coisa positiva no momento. É muito cedo para isso“, finalizou Rodrigo.
Situação no RS
Autoridade federal
Fonte: sputniknewsbrasil