Aprovação do governo do Japão cai para mínimos em meio à oposição à crescente militarização do país


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Cerca de dois terços dos japoneses desaprovam o plano de Fumio Kishida, primeiro-ministro do país, de aumentar os impostos para cobrir o crescente orçamento da defesa, revela neste domingo (18) uma pesquisa da agência japonesa Kyodo.
Ela mostra que 64,9% dos inquiridos não concordam com a ideia.
O público japonês também rejeita largamente desviar parcialmente os fundos da reconstrução das regiões atingidas pelo tsunami e terremoto de 2011 para o orçamento da defesa. A pesquisa diz que 74,5% dos cidadãos são contra este plano.
Quanto ao aumento dos gastos militares nos próximos cinco anos fiscais, 39,0% são a favor e 53,6% se opõem a ele.
O tanque tipo 90 da Força de Auto-defesa Terrestre Japonesa dispara sua arma contra um alvo durante um exercício anual de simulação no acampamento Minami Eniwa na terça-feira, 7 de dezembro de 2021, em Eniwa, ilha japonesa de Hokkaido, no norte do Japão - Sputnik Brasil, 1920, 15.12.2022

A estratégia de retaliação japonesa contra bases militares inimigas encontrou um apoio de 50,3% da população, contra uma oposição entre 42,6%. No entanto, 61,0% veem isso como aumentando as tensões com os vizinhos, enquanto 33,9% discordam que isso vá acontecer.
Ao mesmo tempo, o índice de aprovação do governo permanece em 33,1%, o mais baixo até hoje. Já o índice de desaprovação atingiu 51,5%, a maior porcentagem até agora.
Na sexta-feira (16) Kishida anunciou um plano de gastos militares de US$ 320 bilhões (R$ 1,7 trilhão), citando a necessidade do país de se preparar para qualquer possível conflito. O premiê planeja assegurar os fundos através do imposto corporativo e do aumento do imposto sobre o tabaco.
Fumio Kishida afirmou que o Japão está em um “ponto de virada na história”, e que a crescente despesa militar é sua “resposta aos vários desafios de segurança” que Tóquio enfrenta. Economistas apontam que seu plano fiscal tornaria o Japão o terceiro maior gastador militar do mundo, depois dos EUA e da China.
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