PGR realiza nova reunião com procuradores-chefes para tratar da situação nas rodovias


Em praticamente todos os estados já não eram registrados bloqueios na tarde desta quinta-feira, segundo relatos dos membros do MPF


Fot: João Americo/Secom/MPF

O procurador-geral da República, Augusto Aras, realizou nesta quinta-feira (3) mais uma reunião com todos os procuradores-chefes das unidades do Ministério Público Federal (MPF) nos estados para discutir a situação dos bloqueios em rodovias federais. No encontro, Aras informou ter recebido do ministro da Justiça, Anderson Torres, a informação de que não haveria mais nenhuma retenção em rodovias federais às 13h desta quinta. Parte da imprensa divulgou que dados da Polícia Rodoviária Federal indicavam que ainda haveria obstruções. Na reunião, Aras destacou o trabalho feito desde a noite do último domingo (30) para superar a crise causada pelos protestos e ouviu dos procuradores relatos sobre a situação em cada local, tanto nas BRs quanto nas vias estaduais.

Os membros do MPF detalharam o intenso trabalho realizado até o momento para liberar rodovias. Minas Gerais, que concentra a maior malha viária do país, iniciou o dia sem nenhum bloqueio. Em Santa Catarina – estado que chegou a registrar 200 pontos de obstrução total e que conta com apenas 500 agentes da Polícia Rodoviária Federal -, todos os bloqueios foram desmobilizados sem a necessidade do uso da força policial. Restam apenas três bloqueios parciais que, segundo o representante do MPF, devem ser desmobilizados ainda hoje.

Mato Grosso registrava, às 13h de hoje, 13 bloqueios parciais e 1 total. Em São Paulo, as principais rodovias estão liberadas e há apenas alguns pontos residuais com obstrução parcial. No Pará, ainda há bloqueio na BR 163, mas nos demais locais os protestos foram desmobilizados. Em todos os outros estados, as estradas estão liberadas, segundo os representantes do MPF.

Ainda conforme os relatos, os bons resultados foram possíveis graças a uma atuação coordenada do MPF com outros órgãos, como a própria PRF e os ministérios públicos estaduais, entre outros. O trabalho do PGR, da Vice-Procuradoria-Geral Eleitoral e da Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional (7CCR) também foi destacado pelos membros, que apontaram a relevância da coordenação nacional e dos esforços realizados junto a autoridades federais e Tribunais Superiores.

Em muitas situações, os membros do MPF acompanharam a liberação das estradas diretamente das pistas, além de participarem de gabinetes de crise e de criarem grupos de trabalho específicos. “Vivemos um momento difícil, que poderia ter sido mais difícil se não tivéssemos uma atuação integrada, prudente e estratégica”, afirmou Aras, ao reconhecer o trabalho dos colegas nos estados.

A partir de agora, o MPF vai analisar ocorrências associadas aos protestos e verificar quais providências adicionais devem ser adotadas, incluindo instauração de investigações na esfera criminal. Seguem sob monitoramento as manifestações na frente de quartéis, que ainda persistem em alguns estados. Os membros também destacaram a necessidade de se acompanhar as redes sociais em relação a novas mobilizações e eventuais desdobramentos do movimento. Aras afirmou que o monitoramento prossegue, com foco na preservação da ordem jurídica e da segurança pública.

Essa foi a segunda reunião geral realizada pelo PGR para coordenar o trabalho nos estados no caso das rodovias. O primeiro encontro ocorreu na tarde de terça-feira (1°), quando Aras destacou os esforços do Ministério Público para debelar a crise, num trabalho que teve início ainda na noite de domingo.

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