O Volkswagen Gol Copa de 1994 tem um significado muito especial aos colecionadores, pois foi um ano marcante e transformador tanto no Brasil quanto no mundo. Eventos notáveis como o lançamento do Plano Real, a morte de Ayrton Senna e, claro, a consagração do Brasil como tetracampeão da Copa do Mundo, realizada nos Estados Unidos. Em meio a isso, o hatch da Volks também saiu vitorioso e, hoje, coleciona fãs em toda o país.
Hoje, achar um Gol Copa já é uma vitória com replay; imagine uma unidade com apenas três donos em sua carreira, 45 mil km e absolutamente original? Pois Autoesporte encontrou uma raridade como essa que, antes mesmo de darmos início à matéria, já havia sido vendida nos 45 minutos do segundo tempo.
“O nosso Gol Copa estava incrivelmente conservado, com os cinco pneus originais datados do ano do carro… Não podemos deixar de falar das calotas, que são raríssimas também”, detalha Robson Nass, o Roby do perfil @classicosdoroby.
O empresário de Torres (RS), que atua há mais de 12 anos vendendo carros antigos, nos disse que o Gol vem tendo uma procura maior e que as versões especiais, como a Copa, têm um papel importante para a história do colecionismo brasileiro. “Assim que anunciei, já tinha cinco interessados na fila que pretendiam comprá-lo no mesmo dia, não só pela raridade que é, mas também pelo seu estado imaculado”, comemora Roby.
Questionado sobre o valor da venda, sem pestanejar, Roby nos disse R$ 59 mil, haja vista que é uma série especial com baixa tiragem e em estado inigualável. “Vendi para um seguidor nosso lá do Pará, que já fez a oferta e o reservou para integrar a sua coleção de clássicos da Volkswagen e outras marcas”, finaliza.
A primeira edição do Volkswagen Gol Copa surgiu em 1982, em comemoração à Copa do Mundo de Futebol, disputada naquele mesmo ano na Espanha. Para fazer jus ao país, a Volkswagen lançou a campanha publicitária com o seguinte título: “EL GOL COPA. UNA EMOCION ARREBATADORA EN EDICION, LIMITADA”. Foi um golaço de marketing, pois a Volks combinou o nome do carro à proposta do campeonato mundial mais famoso de futebol.
Isso foi também, de certa forma, um salto para o crescimento nas vendas do Gol, que, no início, não foram tão boas. A explicação estava no raquítico motor 1.3 a ar de 42 cv derivado do Fusca, só que montado na dianteira. Nessa configuração, contudo, o Gol Copa já partiu para o ataque com o propulsor 1.6 que, apesar de trazer o conceito da refrigeração a ar, vinha com a dupla carburação que deu 51 cv de potência e 10,5 kgfm de torque (a 3.000 rpm).
Baseada na versão mais luxuosa, a LS, o representante da série especial era pintado na cor exclusiva azul Copa metálico e trazia rodas de liga leve, para-choques na cor da carroceria, spoiler, faróis de neblina, entre outros. Segundo a Volkswagen, foram feitas 3 mil unidades desta série comemorativa, que ficou para a história e, talvez, seja o mais raro de todos os modelos da série Copa já produzidos.
Por dentro, havia acabamento de tecido nas portas, painéis traseiros laterais e forrações de bancos, além de painel completo com tacômetro (conta-giros) e volante do Passat TS. A cereja do bolo, ou melhor, a bola da vez, estava na manopla de câmbio, justamente no formato de bola de futebol.
A estratégia do Gol Copa se repetiu em 1994, desta vez, com tiragem de 6 mil exemplares que homenageavam o campeonato disputado nos Estados Unidos, e que deu ao Brasil o título de tetracampeão mundial.
Pintada na cor azul Celeste metálica, a edição comemorativa baseava-se na versão CL com alguns mimos a mais. Farol de milha, aerofólio, vidros verdes com para-brisa degradê, capa dos retrovisores externos na cor do veículo, coluna “B” adesivada de preto, entre outros detalhes. Apesar do estilo esportivo, ao contrário do primeiro Gol Copa, este vinha com rodas de aço estampadas por calotas plásticas e montadas em pneus 185/60 R14.
Internamente, cluster com conta-giros, relógio digital, hodômetro parcial, além de volante do Gol GTi e bancos com revestimento exclusivo da série.
O propulsor – ainda carburado – foi mantido o da opção despojada, no caso o confiável AP-1600 arrefecido a água a gasolina que, junto ao câmbio de cinco marchas, rendeu bons 80 cv de potência. Já o torque de 12,7 kgfm estava disponível a partir dos 2.600 giros.
Somente em 2006, por questões comerciais, a Volkswagen voltaria a usar o ‘sobrenome’ Copa ao Gol. Montado sobre a carroceria do G4, o hatch teve 16 mil unidades, com propulsores flexíveis, no caso o 1.0 de até 71 cv e 9,7 kgfm da família EA111 e o 1.6 (AP-1600) com 99 cv e 14,4 kgfm.
Disponíveis nas cores sólidas amarela Solar (inédita na série), branca Glacial e vermelha Flash, além das metálicas cinza Cosmos e prata Light, a fabricante caprichou mais no visual interno e externo.
Por fora, rodas de alumínio montadas em pneus 185/60 R14, capa dos retrovisores pintados na cor do carro, adesivo preto nas colunas ‘B’ e ‘C’, aerofólio, faróis de neblina e caixas de ar pintadas em preto fosco faziam parte do visual esportivo.
Internamente, o acabamento também ganhou destaque com painel de instrumentos com fundo branco, bancos especiais com logo da série estampado, entre outros detalhes.
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Fonte: direitonews





