Renault Kwid Outsider: 5 razões para comprar e 5 motivos para pensar bem


O Renault Kwid é o carro novo mais barato do Brasil, partindo de R$ 79.790 na linha 2026. E a versão Outsider, topo de linha, oferece o máximo que o modelo tem por R$ 86.590. Mas será que vale a compra? Autoesporte selecionou cinco razões para comprar e cinco motivos para pensar bem.

Produzido na fábrica de São José dos Pinhais (PR), todas as versões do Kwid tem motor 1.0 SCe flex que entrega 68 cv e 9,4 kgfm com gasolina e 71 cv e 10 kgfm com etanol. O câmbio é sempre manual de cinco marchas.

Entre os principais equipamentos de série, o Kwid Outsider 2026 oferece quatro airbags, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, sistema Start & Stop, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, direção elétrica, ar-condicionado, travas elétricas das portas e vidros dianteiros elétricos, friso nos retrovisores na cor amarela, adesivos nas portas dianteiras e traseiras, barras de teto com detalhes amarelos, molduras de proteção lateral com adesivos te teto preto.

1) Desempenho na cidade

“Ah, mas o motor 1.0 entrega só até 71 cv de potência e 10 kgfm de torque”. Sim, imagino que você esteja perguntando isso. Mas o Kwid é um carro muito leve: são apenas 825 kg. A relação peso/potência é de 11,6 kg/cv e de peso/torque, 82,5 kg/kgfm, que são números bons. Por exemplo, um Hyundai HB20 Comfort 2025, que tem motor 1.0 aspirado flex de até 80 cv, é mais pesado (993 kg), tendo os índices de 12,4 kg/cv e 97,4 kg/kgfm, respectivamente.

Na teoria, o Kwid pode até parecer fraco pela potência máxima que entrega, mas na prática o pouco peso faz dele um carro bem esperto para usar no dia a dia na cidade, com arrancadas e retomadas ligeiras. O compacto sofre em subidas íngremes, quando a falta de fôlego fica aparente, e dificilmente você vai conseguir chegar até o final dela sem usar apenas a primeira marcha.

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Chamar o Kwid de “SUV dos compactos” é um tanto quanto exagerado. Ele não é um utilitário. Porém, o vão livre do solo de 18,5 cm é muito bom, dando ao pequenino 27° de ângulo de entrada e 40,3° ângulo de saída, contribuindo muito para o carro não raspar em lombadas e valetas.

2) Consumo

Ser leve também tem outra vantagem: o Kwid é um carro que gasta pouco combustível. Dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro indicam médias de 14,6 km/l na cidade e 15,5 km/l na estrada com gasolina. Com etanol os índices não são tão bons, porém satisfatórios: 10,4 km/l e 10,8 km/l, respectivamente.

Como o apelo dele é totalmente para a cidade, o tanque de 38 litros garante uma autonomia urbana de 554,8 km com gasolina e de 395,2 km com etanol. A pequena diferença de consumo entre os ciclos demonstra a pouca elasticidade do motor, demonstrando que o Kwid é um carro pouquíssimo afeito ao uso em estrada.

3) Cabe em qualquer vaga

Em cidades como São Paulo, achar uma vaga grande para estacionar o carro é raridade, seja em supermercado, shopping ou até na garagem do prédio. Se tem um modelo que não passa sufoco com isso é o Renault Kwid. São apenas 3,73 m de comprimento, portanto um porte subcompacto. Já que fizemos a comparação com um HB20 acima, o carro da Hyundai é bem maior, com 3,94 m.

O Kwid também é prático na hora de fazer uma baliza na rua. E um recurso que ajuda bastante neste quesito é a câmera de ré, que vem de série nesta versão.

4) Porta-malas

Se você compra um Kwid, sua prioridade com certeza não é espaço. Porém, dentro do que o carro pode entregar, o porta-malas tem um volume relativamente bom: são 290 litros de capacidade, de acordo com a fabricante. Seu rival direto, o Fiat Mobi, é bem menor, com apenas 200 litros, e até hatches de porte maior, como Chevrolet Onix (275 l) e Peugeot 208 (265 l) ficam para trás.

5) Custos de manutenção

Todos os anos, no mês de junho, Autoesporte faz o Qual Comprar, um superguia com mais de 180 carros de diferentes categorias para te ajudar a comprar um modelo novo. A edição de 2025 chega no próximo dia 9 (segunda-feira) na versão digital para assinantes e no dia 13 (sexta-feira) nas bancas. E aí vai um spoiler: o Kwid é o carro com a cesta de peças mais barata do Brasil, R$ 6.261. No Mobi, por exemplo, a mesma cesta sai por R$ 8.581.

Cabe ressaltar que a cesta cotada é composta de um farol direito, um retrovisor externo direito, um para-choque dianteiro, uma lanterna traseira direita, um filtro de ar-condicionado, um filtro de ar do motor, jogo de quatro amortecedores, duas pastilhas de freio dianteiras, um filtro de óleo do motor e um filtro de combustível.

Em outros quesitos, o Kwid também é muito em conta, como nas cinco primeiras revisões, que saem por R$ 3.704. Neste caso, o modelo da Fiat é ligeiramente mais caro: R$ 3.721.

1) Espaço interno

Se o porta-malas entrou como ponto positivo, o espaço interno entra como ponto negativo. O Kwid tem 2,42 m de entre-eixos. Analisando dentro do universo do carro, com 3,73 m de comprimento, não é tão ruim assim.

De qualquer modo, o espaço para as penas é bem curto, ainda mais para uma pessoa da minha altura (1,87 m). Mas o que deixa a desejar mesmo é o espaço para os ombros. Isso porque o Kwid é muito estreito, com apenas 1,58 m de largura. Ou seja, qualquer adulto de estatura mediana, na faixa dos 1,70 m de altura, vai sofrer no banco traseiro com os três ocupantes.

2) Vidro com manivela

Já que estamos falando do banco traseiro, temos um mecanismo que não deve demorar muitos anos para virar item de museu: abertura e fechamento dos vidros com manivela. Em se tratando de um carro de quase R$ 90 mil, já dá para cobrar acionamento elétrico nas quatro portas, e não só nas dianteiras, como é o caso do Renault Kwid Outsider. Por esse preço, o acabamento também é demasiadamente simples.

3) Isolamento acústico

O desempenho pode até ser bom, mas basicamente todos os sons externos da rua invadem a cabine — inclusive com os quatro vidros fechados. Portas e vidros são visivelmente bem finos, o que contribui muito para o isolamento acústico ser ruim e transferir muita vibração para dentro da cabine.

4) Comandos satélite

Atualmente, a central multimídia é um aliado forte do carro para agradar os clientes. No caso do Kwid, a tela de 8 polegadas é bem simples, mas há conexão com Apple CarPlay e Android Auto (via cabo). Entretanto, o problema não é o sistema em si, chamada de Mídia Nav, mas sim o famoso comando satélite que a Renault coloca atrás do volante para o motorista mexer nela.

Em vez de um volante multifuncional com botões, a solução da fabricante foi inserir uma peça atrás do volante (do lado direito) com duas hastes para ajustar o volume — a de cima aumenta e a de baixo diminui — e uma peça redonda giratória para trocar de música ou estação de rádio. A solução, que está em vários carros da marca, não é nada prática para o dia a dia e o motorista tem que fazer malabarismos com os dedos da mão direita para conseguir coordenar tudo.

5) Não parece, mas são calotas

Na linha 2026, uma mudança foi aplicada na versão topo de linha Outsider, que trocou as rodas de liga de 14 polegadas pelas calotas Flexwheel. Pois se o cliente quiser equipar o seu Kiwd com rodas de alumínio e não aço, terá que pagar R$ 1.800.

Na versão que testamos, além das rodas de liga leve, há outro opcional, que é a cor chamada cinza cassiopée: são mais R$ 1.500. Sendo assim, o Kiwd Outsider das fotos custa nada menos do que R$ 89.890.

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Fonte: direitonews

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