Achado usado: Puma GTS conversível tem placas pretas e preço de Kwid usado


Com a importação de veículos proibida no Brasil de 1976 a 1990 sob a justificativa de impulsionar a indústria nacional, empresas como a Puma são, até hoje, lembradas pelos aficionados por foras-de-série. Quase sempre usando a boa e velha receita mecânica do Volkswagen Fusca aplicada em carrocerias em fibra de vidro, estes colecionáveis estão cada vez mais raros, como é o caso deste belo GTS 1980 à venda pela Retrocar Veículos, de Mogi das Cruzes (SP).

O raro exemplar do Puma GTS 1980 das imagens, segundo o proprietário da loja, está em perfeitas condições de uso, mas tem as suas marquinhas do tempo, o que é natural para um veículo com 45 anos de história bem vividos, o chamado “testemunho de época”.

Num primeiro olhar, notamos que as maçanetas foram atualizadas para as do modelo 1981 (GTC) e o sistema de som foi atualizado para um CD player da Pioneer, no lugar dos toca-fitas de época. “O nosso raro conversível está com as placas pretas de colecionador e pronto para curtir um final de tarde na melhor companhia”, sugere Roberto Moraes.

Por R$ 65 mil, o GTS é um clássico colecionável que só vem valorizando, um investimento por um preço ainda acessível. Vale lembrar que chegamos a ver unidades como esta sendo negociadas a mais de R$ 100 mil.

A saga dos primeiros Puma conversíveis começou durante o início da década de 1970 com o GTE Spyder, época em que a empresa deu início às exportações para América do Norte, Europa e alguns países da América do Sul.

Em 1973, após algumas mudanças de estilo, o conversível passou a se chamar GTS. O motor permanecia o mesmo e velho conhecido Volkswagen 1600, boxer, refrigerado a ar, com dupla carburação. Em conjunto com a caixa de mudanças de quatro marchas, era possível extrair 70 cavalos de potência e torque de 12,3 kgfm.

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Com isso, o conversível demorava pouco mais de 15 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Na velocidade final, alcançava perto de 150 km/h. Não era um míssil, principalmente se tratando de um “gran-turismo” de pouco menos de 750 kg. Mas o que realmente importava era o charme de ver e ser visto a bordo do conversível. Em outras palavras, um esportivo para ser “apreciado com moderação”.

Para aproveitar melhor os benefícios da capota retrátil, bastava liberar duas travas, dobrá-la e cobrir o tecido restante com uma capa presa por botões. Uma capota rígida feita de fibra de vidro era vendida à parte pela Puma, e, nos dias de hoje, é um item bastante raro.

Internamente, o espaço era diminuto até para os mais baixinhos. Para entrar, o motorista precisa ser contorcionista para evitar de encostar a perna no volante. Uma vez ajeitado no assento, o cluster injetado com a instrumentação central (nível de combustível, e indicadores da pressão e temperatura do óleo) voltada para ele dá as boas-vindas. À frente do volante, só o básico como o velocímetro e o tacômetro.

Visando essa deficiência do habitáculo apertado, em 1976, os “Puminhas”, como eram carinhosamente conhecidos, trocaram o chassi do Karmann Ghia pelo da Brasilia, mais largo, o que melhorou o espaço interno. As portas ficaram maiores, facilitando o acesso à cabine. O conforto foi complementado pelos novos bancos, mais anatômicos e com curso maior de ajuste, permitindo que pessoas mais altas pudessem se acomodar com mais folga. Outro avanço ocorreu no sistema de abertura da capota de lona que ganhou vedação superior.

O final dos anos 1980 foi marcado por nova reestilização aos Pumas como novos para-choques de borracha e lanternas da Brasilia, que substituíram as anteriores, vindas da Kombi. As configurações GTS (conversível) e GTE (cupê) passaram a ser conhecidas como GTC e GTI, nessa ordem. No final de 1981, a empresa lançou o P-018, outro raro modelo que se estendeu até 1984, contando com cerca de apenas 25 unidades produzidas.

Foi nessa época que a marca do felino já demonstrava sinais de cansaço em meio à crise econômica, incêndios na fábrica e vendas em queda. Com a “quebra” da Puma, entre 1985 e 1986, os P-018 passaram a ser montados fora da fábrica por concessionárias para pagamento de dívidas.

Ainda em 1986, a Puma abriu um novo CNPJ, mudando-se para a cidade de Capivari (SP), onde poucos exemplares do P-018 e GTC foram comercializados. No final de 1987, a firma paulista foi vendida para a Araucária S.A. a qual se dedicou à construção de unidades do GTB-S2 e GTC.

No entanto, a Puma continuou fabricando esportivos até 1993, entre eles, os icônicos GTB, GTB-S2 e AMV, todos equipados com motor do Chevrolet Opala de seis cilindros. Com a abertura das importações no começo dos anos 1990, a então “Puma Alfa Metais” – que comprou a Puma em 1988 – sobreviveu até 1999, dedicando-se apenas à produção de caminhões e peças. A marca ressurgiu em 2013 como Puma Automóveis Ltda, mas nunca voltou a vender veículos como antes.

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Fonte: direitonews

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