Uma das atrações automotivas mais famosas da televisão brasileira, o quadro ‘Lata Velha’ está de volta para mais uma temporada na TV Globo. Comandado há 20 anos pelo apresentador Luciano Huck, o show retorna à grade por meio do ‘Domingão’ com proposta repaginada e focada na preservação da originalidade dos carros. A mudança acontece após mais de 100 veículos reformados.
A ideia é fugir do estilo tuning dos anos 2000, que gerava personalizações chamativas e baseadas em elementos como cores vibrantes. Um dos episódios mais famosos envolve um Volkswagen Logus customizado com adesivos que imitavam tijolos e colheres de pedreiro no lugar das maçanetas. O veículo pertencia a um morador da cidade de Macaé, no interior do Rio de Janeiro.
Agora, o foco mudou para um estilo bem mais clássico e capaz de preservar as principais características do carro. Ou seja, a proposta mudou de customização para restauração (com leves toques de esportividade). A equipe que realiza as reformas agora busca recuperar o carro para deixá-lo o mais próximo possível do original da época.
Os primeiros resultados dessa nova fase do ‘Lata Velha’ foram vistos no último fim de semana na estreia da temporada. A produção escolheu o Chevrolet Monza Hatch 1983 do fotógrafo Gabriel Castro, de Indaiatuba (SP), para um extenso trabalho de restauração. O resultado rendeu elogios e chamou atenção pela originalidade preservada.
Segundo Gabriel, o carro está na família desde a década de 1980 e sempre foi o xodó da casa. Com o passar dos anos, porém, foi sendo castigado pelo tempo e apresentava problemas sérios na lataria, motorização, suspensão, pintura e assoalho. Para a reforma, o proprietário quis que as principais características do design fossem mantidas e, em especial, pediu a adoção de um motor turbo.
Todo o trabalho foi realizado na oficina Rusty Barn, em São Paulo, e contou com a participação direta dos especialistas em mecânica e restauração Gustavo Tostes e Bigo Berg. Impressiona o fato de o serviço ter sido inteiramente concluído em apenas 30 dias, já que o prazo para exibição do resultado no programa era curto. Para piorar, o estado do carro era precário e demandou bastante esforço e agilidade.
Por fora, chama atenção a carroceria com mesmo tom de bege do Monza original. O processo de pintura levou apenas sete dias e, apesar do pouco tempo de cura, impressiona pelo brilho e capricho. Ainda no exterior, chamam atenção as rodas Weld, que combinaram perfeitamente com a proposta do carro.
No interior, houve restauração dos bancos (agora com o logo ‘Lata Velha’ estampado nos encostos), painéis de porta e habitáculo como um todo. Destaque ainda para o volante Lotse, adicionado ao conjunto para dar um toque extra de esportividade.
O motor 1.6 a etanol original do Monza também foi reformulado e, a pedido do dono, passou longe da originalidade do restante do carro. Na reforma, o propulsor recebeu peças inteiramente novas, cabeçote emprestado do 1.8 (que também era oferecido na época) e um kit turbo para otimizar a performance. A calibração realizada faz o motor entregar 87 cv, mas há preparação suficiente para ir bem além disso.
Acertos específicos também foram realizados na suspensão, agora rebaixada em relação ao carro antigo para melhorar tanto o visual quanto a dinâmica de condução.
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Fonte: direitonews